Homenagem proposta por Robério Negreiros

Os pedidos por acessibilidade foram unânimes entre os participantes da sessão solene em homenagem ao Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência comemorado no plenário na manhã desta terça-feira (6). Músicos cadeirantes e deficientes visuais tocaram o Hino Nacional, o coral dos alunos da Pestalozzi cantou músicas natalinas e os modelos do projeto Fashion Inclusivo desfilaram pelo plenário para mostrar os talentos dos especiais durante a solenidade, que também celebrou o Dia Nacional do Cego.

"Queremos um Brasil plural", declarou o autor da homenagem, deputado Robério Negreiros (PSDB), ao destacar que o evento é também uma oportunidade para ouvir as demandas e discutir medidas inclusivas. "Onde está a acessibilidade prometida pelo governo?", indagou o professor Antônio Leitão, que é deficiente visual. Ele cobrou da Agefis fiscalização sobre as medidas de acessibilidade em prédios públicos e privados. Segundo o assessor para temas especiais da Superintendência do Governo do Piauí, Antônio José Ferreira, que também é deficiente visual, "Brasília é uma cidade pouco amigável para transitar" e a acessibilidade é praticamente inexistente. A mãe de um dos modelos cegos do projeto Fashion Inclusão, Janaina Fonseca, cobrou acessibilidade, um dos caminhos para ocupação dos espaços sociais pelos deficientes.

O diretor do Centro Educacional de Audição e Linguagem Padovani, Giuseppe Rinaldi, disse estar "angustiado" com a iminência do corte de verbas para as associações anunciado pelo governo para o próximo ano. "Já está difícil agora, imagine no próximo ano", argumentou. Ele anunciou a realização de um curso para diagnóstico precoce do autismo no Centro Educacional, ao destacar que há cerca de duzentas crianças aguardando o diagnóstico.

Cerca de 60% das crianças com Síndrome de Down tem algum tipo de cardiopatia, de acordo com a presidente do DFDown, Lourdes Lima, que pediu a intervenção da Câmara Legislativa para o aumento de leitos na rede pública de saúde para os downianos.

Fashion inclusivo – Sob a slogan "o preconceito está fora de moda", há modelos com síndrome de Down, cadeirantes e cegos que hoje são profissionais do mercado da moda, segundo os organizadores do projeto Fashion Inclusivo. O projeto defende a inclusão no mercado de trabalho ao invés de propostas assistencialistas.

Negreiros se comprometeu a destinar, ao Orçamento de 2017, emenda parlamentar às clínicas-escolas para autistas e aos centros de ensino especial com projetos voltados para inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Educação inclusiva – Como parte das comemorações, a fotógrafa Jéssica Figueiredo, que é portadora da síndrome de Down, apresenta seus trabalhos sobre educação inclusiva no foyer do plenário durante esta terça-feira (6).

CLDF