Um projeto da Fundação Pro Paz oferta aulas de defesa pessoal para mulheres vítimas de violência. As alunas participantes do “Eu Sei Me Defender” recebem atendimento do Pro Paz por terem sofrido algum tipo de agressão ou ameaça. Mas a iniciativa também é livre para a sociedade em geral.

O projeto conta com a colaboração da lutadora paraense de MMA Érica Paes, que atualmente compõe a equipe XGYM, a mesma do campeão Anderson Silva. Para 2017, o projeto foi estendido para o bairro da Terra Firme. As aulas serão realizadas na Unidade Integrada Pro Paz (UIPP) do bairro e contará inicialmente com 30 vagas. As inscrições podem ser feitas na UIPP e dependendo da demanda, poderão ser ampliadas. O curso tem duração de quatro meses e as alunas receberão certificado.

Nascida em Abaetetuba, a parceira e instrutora do projeto Érica Paes conta que começou a lutar ainda criança, com apenas 12 anos, e vê no projeto a oportunidade de colaborar com a autoestima e fortalecimento de tantas mulheres. “Diante da triste realidade dos altos índices de violência contra mulheres, sempre tive vontade de repassar meus conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. Eu já fui vítima de violência doméstica e de duas tentativas de estupro que felizmente foram frustradas devido ao meu conhecimento técnico marcial. Vi no projeto uma oportunidade de ensinar essas técnicas para que outras mulheres aprendam a se defender também”, afirmou.

Uma das alunas do “Eu Sei Me Defender”, Cirlene Ribeiro, de 44 anos, se separou recentemente do marido e passou a sofrer ameaças. “Quando procurei o Pro Paz Mulher para fazer a denúncia fui informada sobre o projeto. A partir daí, comecei a frequentá-lo. Eu me sinto muito mais segura em andar na rua agora”, ressaltou a aluna que já teve a oportunidade de usar as técnicas ao se defender de uma tentativa de estupro.
Objetivo

O “Eu Sei Me Defender” foi implementado em novembro de 2016, no Pro Paz Mulher. Para o presidente da Fundação Pro Paz, Jorge Bittencourt, o projeto vem cumprindo seu papel no sentido de empoderar mulheres. “O projeto acrescenta muito ao serviço que prestamos. Queremos com esse curso que as mulheres possam se defender de situações de risco do cotidiano. Não buscamos incitar a violência, e sim trabalhar o fortalecimento pessoal dessa mulher”, destacou.

Quem também participou do curso foi a advogada Adriana Leal, de 30 anos. “Em um dia normal de trabalho tive que ir em uma delegacia e um agente penitenciário começou a me seguir. Fiquei com tanto medo que pensei em largar o trabalho. Foi quando minha mãe ouviu sobre as aulas e eu me inscrevi. Hoje me sinto segura para ir trabalhar e para andar na rua. Agora eu sei me defender”, afirmou.