Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O relógio ainda não marcava 10h30 e Bento já estava no Estacionamento 4 do Parque da Cidade. Fantasiado de Aladim, o pequeno folião de apenas 11 meses desfilava sua fantasia em um velocípede pelo Bloco Carnapati. Sob os cuidados dos pais, Mayara Santos, de 28 anos, e Lindenberg Bittencourt, de 29 anos, ele curtia o primeiro carnaval no tradicional bloco brasiliense.

“A gente tinha se programado para sair há dois dias, mas a chuva não deixou. Eu não esperava esse suporte para as crianças. É uma boa opção”, disse Mayara.

Morador Guará 1, o casal veio do Rio de Janeiro para Brasília e está na capital federal desde agosto do ano passado. “Me surpreendeu a quantidade de blocos. Quando a gente chegou [a Brasília], disseram que o carnaval não tinha ninguém, mas não é isso que estamos vendo”, destacou Lindenberg.

Não demorou muito e Bento encontrou uma companhia para brincar. Fantasiada de baiana, a pequena Maya, de 1 ano e 6 meses, também curtia o primeiro carnaval e brincava de jogar confetes com o menino. Ela também estava na companhia dos pais, Joceanna Carvalho, de 32 anos, e André Rocha, de 35 anos.

O Carnapati segue até as 18 horas. “Temos atividades de circo e teatro com as crianças, além do nosso bailinho de carnaval”, explicou Tereza Padilha, uma das idealizadoras.

Quem também curtia a folia era a dupla de irmãos Gustavo, 6 anos, e Isabelle, 1 ano e 2 meses. Com a supervisão dos pais, Wanir Salermo Júnior, de 33 anos, e Leaine Cavalcante, de 31 anos, as crianças, vestidas de homem de ferro e de chapeuzinho vermelho, ajudavam a colorir ainda mais o asfalto do local com muita espuma e confete em mãos. “Está legal demais. O que interessa é a diversão das crianças”, disse Wanir. A família mora em Valparaíso, Goiás.

O bloco infantil é um dos 47 que recebem recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) no valor total de R$ 1,5 milhão. Os eventos tiveram auxílio na contratação de estrutura, como palcos, trios elétricos, iluminação, unidade de terapia intensiva (UTI), sonorização, tendas, carretas, grades, seguranças, brigadistas e banheiros. Além disso, no Carnapati, uma viatura e dois agentes do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) faziam controle da faixa de pedestres em frente ao local do evento. A programação completa das festividades está no site Brasília tem Carnaval.

Cuidado com crianças perdidas

Para ajudar na localização de crianças perdidas durante a folia, uma das opções é fazer a carteirinha ou as pulseiras de identificação infantil por meio da Polícia Militar do DF. Os documentos são entregues nas estações do metrô da Praça do Relógio, em Taguatinga (das 7 às 9 horas) e na Central, na Rodoviária do Plano Piloto (das 18 às 20 horas).

Os pais ou responsáveis precisam entregar uma foto 3×4 e fornecer os dados da criança e do adulto responsável. O documento também pode ser impresso pela internet.

Também há o SOS Criança Foliã, contato via WhatsApp pelo número de telefone (61) 99212-7776, que está ativo durante todo o carnaval. O objetivo é promover o encontro de filhos perdidos pelos pais e dar suporte às pessoas que estejam auxiliando os pequenos desgarrados.

A ferramenta passou a funcionar na sexta-feira (24). É a primeira vez que esse tipo de serviço é oferecido no DF. O Criança Foliã também serve para desafogar o atendimento de urgência 190.

Na prática, a pessoa que achar o pequeno deverá adotar alguns procedimentos simples. Na mensagem inserida no WhatsApp, ela deverá se identificar e, em seguida, informar o local em que encontrou a criança. Por fim, deve tirar uma foto dela e informar com que agente público foi deixada. Esses agentes poderão ser policiais militares, bombeiros, profissionais do Detran e, ainda, o responsável pelo bloco ou um brigadista.

O Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) será o responsável por colher informações e prosseguir com o atendimento a cada a ocorrência recebida. Além dos profissionais das forças de segurança envolvidos neste processo, o órgão contará com a parceria da Vara da Infância e da Juventude e do Centro de Assistência Social (Cras).
Fonte; Agência Brasília