Água usada para molhar canteiros não é potável, alega a Novacap. Foto: Ariadne Marçal

Em meio à crise hídrica que o DF enfrenta desde setembro, alguns moradores parecem não se importar muito com a economia. Na tarde desta quarta-feira (22), o JBr. flagrou o desperdício em uma residência na 713 Sul. A fachada era lavada com um forte jato d’água.

Para a empregada doméstica da casa, que prefere não ser identificada, esse desperdício é comum. “Trabalho aqui há seis anos e vou ser sincera: é muito comum usar muita água. Minha patroa diz que o importante é manter a limpeza da residência, e, como eu preciso do emprego, tenho que obedecer”, conta.

Indignada com a situação, a aposentada Maria Lurdes, 64 anos, afirma que não é a primeira vez que presencia essa cena. “Ela não pensa em ninguém, não percebe que estamos sem água. Como vocês podem ver, até o telhado e o portão da casa eles lavam. É uma falta de vergonha, e o pior, isso é rotina, acontece até três vezes por semana. Não tem necessidade”, reclama.

Em outro ponto da Asa Sul, funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) regavam as plantas dos canteiros também utilizando uma grande quantidade de água. O trabalho foi executado em frente à sede da Polícia Federal. No entanto, o órgão assegura que o método utilizado é a adubagem líquida e não água pura. Ou seja, a medida não acarretaria desperdício de água potável.

O governo está fazendo campanhas para estimular a redução do consumo, mas também optou por cobranças extras na conta de água para obrigar o brasiliense a fechar as torneiras.