Procurador-Geral quer dar um basta na roubalheira para dar moralidade ao País

Cláudio Coletti

A expectativa em Brasília é a de que, logo depois do Carnaval, o procurador-geral da República Rodrigo Janot encaminhe ao Supremo Tribunal Federal os pedidos de abertura de inquéritos contra políticos e partidos que se beneficiaram com propinas dos esquemas de corrupção na Petrobras.

A proposta de Janot se baseará nas delações premiadas dos 77 executivos da Odebrecht. Certamente, essas revelações mergulharão o Brasil numa das mais graves crises políticas de sua história, considerando o número e importância de políticos, no cenário nacional, que terão seus nomes expostos como ladrões de recursos públicos.


A PGR deverá anunciar também a formação de uma força-tarefa que atuará na Suíça para levantar as contas de brasileiros irrigadas com dinheiro oriundo da corrupção em nosso país. Também deverá solicitar ao STF que os processos a serem abertos tramitem sem a tarja “segredo de justiça”.

Com os pedidos da PGR à mais alta Corte, caberá ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava-Jato, a decisão de aceitar ou não a abertura dos processos indicados. Se aceitas as denúncias, os envolvidos passarão a ser considerados réus.

Nas delações da Odebrecht são citadas 220 pessoas, entre deputados, senadores, ex e atuais ministros e ex-diretores da Petrobras. O julgamento dos processos se dará na 2ª Turma do Supremo, presidida pelo ministro Gilmar Mendes, e integrada por Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Dias Tofoli, além do relator Edson Fachin.

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