Izalci Lucas (PSDB) reuniu deputados federais e distritais e senadores, na própria casa, ontem de manhã: na pauta, os projetos que deveriam ter sido realizados. Foto: Angelo Miguel

Millena Lopes
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Enquanto parlamentares do Senado e das Câmaras dos Deputados e Legislativo se reúnem para pressionar o governador Rodrigo Rollemberg a dar andamento aos projetos pendentes e resolver os problemas do DF, o chefe do Executivo avalia a possibilidade de levar pessoalmente a tradicional mensagem aos deputados distritais, hoje, no primeiro dia do ano legislativo de 2017.

A tentativa de se aproximar do Parlamento local é justamente em um ano em que pautas importantes e polêmicas tramitarão na Casa. E, com a eleição de Joe Valle (PDT) para a presidência, os deputados ficaram ainda mais divididos e a base aliada foi ainda mais dissolvida.

BATIZADO DE COMITÊ PERMANENTE DE AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA, O GRUPO PRETENDE SE REUNIR EM MARÇO COM O GOVERNADOR.

“A ida do governador à Câmara demonstra a disposição dele para dialogar com a classe política as soluções para a cidade e demonstra um novo momento que o governo que está vivendo”, admite o líder Delmasso (Podemos).

Comitê de avaliação

Do café da manhã organizado pelo deputado federal Izalci Lucas (PSDB), ontem, participaram os deputados distritais Joe Valle, Welligton Luiz (PMDB), Celina Leão (PPS), Wasny de Roure (PT), Cristiano Araújo (PSD), Raimundo Ribeiro (PPS) e Robério Negreiros (PSDB); os deputados federais Izalci, Rogério Rosso (PSD), Augusto Carvalho (SD), Alberto Fraga (DEM), Ronaldo Fonseca (Pros), Roney Nêmer (PP) e Laerte Bessa (PR); e os senadores Reguffe (sem partido) e Cristovam Buarque (PPS). Batizado de Comitê Permanente de Avaliação Estratégica, o grupo pretende se reunir novamente no mês de março, com a presença do governador, para apresentar sugestões para os principais problemas da cidade.

“São diversos projetos parados, ações que deveriam ter sido feitas e não foram. A questão não é o governo, nem o governador, mas resolver a crise gravíssima”, explicou Lucas, no fim do encontro.

À espera
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria da Casa Civil se manifestou sobre o encontro de políticos de ontem. Vai esperar as sugestões chegaram ao Palácio do Buriti para comentar as sugestões que porventura vierem dos parlamentares.
Para a pasta, entre os projetos prioritários do governo para a Câmara Legislativa, estão o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e o Novo Código de Obras. Estes devem estar entre os assuntos abordados pelo governador Rodrigo Rollemberg na mensagem que deve ler, hoje, durante a primeira sessão legislativa do ano.

Cinco questões foram apontadas como prioritárias pelo grupo: Destravar a obra de Corumbá IV junto ao Governo do DF, Governo de Goiás e Ministério Público de Goiás para impedir o agravamento da crise hídrica; Definir no PDOT e LUOS as áreas de desenvolvimento econômico em cada região administrativa; Recuperar recursos do Fundo Constitucional junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e Governo Federal; possibilitar a regularização fundiária por meio de parceria com Polícia Federal, Exército, Ministério da Defesa, Ministério Público e Tribunal de Justiça.

E na CCJ, vem aí Celina Leão

Outro assunto deve movimentar ainda mais a Câmara Legislativa hoje: a definição dos comandos das comissões permanentes. Para a principal, a de Constituição e Justiça (CCJ), o nome da deputada Celina Leão deve ser sacramentado. O que pode representar uma enorme dor de cabeça para Rollemberg.

“Estamos construindo um acordo com os 24 deputados, com o objetivo de unificar a Câmara”, disse ela, ao reiterar que dessas conversas dependem a oficialização da candidatura. Da parte do Palácio do Buriti, já veio uma condição para que o nome dela seja aceito: uma resolução que oficialize prática que já se tornou comum na comissão, que é o sorteio de relatoria para os projetos que lá chegam.

“Uma mulher como eu, que cumpre acordos, não precisa de resolução. Foi um pedido por parte do governo. Eu vou manter os sorteios, implementados pelo Chico Leite (Rede), que eu pretendo manter”, disse a ex-presidente da Câmara, ao reiterar que “quem precisa de assinar papel é quem não tem palavra e este não é o meu caso”.

Caso o nome dela seja sacramentado para o comando do colegiado, que deve ter na vice-presidência Reginaldo Veras (PDT), ela diz que não vai criar barreiras aos textos do Executivo. “Não é esse o papel da CCJ. Acho que vamos até melhorar o diálogo, porque vamos tratar de constitucionalidade. O governo poderia ficar com medo se eu fosse pleitear a Comissão de Transparência”, disse.

Há acordo também para que Veras permaneça na Comissão de Educação; Rafael Prudente (PMDB), na de Orçamento e Finanças; Cristiano Araújo, na de Assuntos Fundiários; e Cláudio Abrantes (Rede), na de Desenvolvimento Econômico.