Reprodução/Shutterstock

A taxa de participação feminina no mercado de trabalho cresceu de 58,2% em 2015 para 59,1% em 2016, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, em parceria com a Companhia de Planejamento (Codeplan) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento é uma das diversas ações do governo de Brasília para marcar o Dia Internacional da Mulher, celebrado amanhã (8).

Conforme parâmetros da Codeplan, as estatísticas se baseiam em mulheres com idade de 14 anos ou mais, em situação de ocupadas ou desempregadas. O recorte é feito em cima das Pesquisas de Emprego e Desemprego no DF.

O aumento na taxa de participação foi mais intenso entre jovens de 16 a 24 anos (3,2%), entre as responsáveis pela família (3,1%) e entre as mulheres negras (1,8%). “Normalmente, as mulheres demoram mais para se inserir no mercado de trabalho. Elas estudam mais e se capacitam para a função. No entanto, com o aumento da taxa de desemprego e da perda de rendimento das famílias, as mulheres, em especial as mais jovens, vão para o mercado”, explica a coordenadora do Dieese, Adalgisa Lara.

A pesquisa mostra informações ainda preocupantes. Mesmo com maior taxa de escolaridade que os homens — 36,2% delas têm ensino superior completo, contra 30,5% deles —, as mulheres ganham menos: os rendimentos das trabalhadoras representam 79,6% dos rendimentos dos homens.

O número de mulheres ocupadas a cada mil pessoas foi, em 2016, de 612, enquanto no ano anterior o número havia sido de 620. Isso se deve, segundo a pesquisa, a uma redução de 8 mil postos de trabalho e à inserção de 30 mil mulheres no mercado. A taxa de desemprego cresceu de 15,3% para 19,7%.

Também aumentou a média de tempo de procura por emprego de 42 para 47 semanas, enquanto no caso dos homens saltou de 34 para 40. Isso por a mulher se candidatar a vagas mais perto de casa e que permitam conciliar emprego e responsabilidades domésticas. “É uma questão de desigualdade na divisão das tarefas dentro de casa. A mulher ainda é a responsável por tomar a frente nos cuidados com os filhos”, ressalta Adalgisa.

A área de serviços ainda é a que mais agrega mulheres. Das ocupadas, 80,6% atuam no setor, enquanto 15,1% estão no comércio.

As mulheres estão inseridas, principalmente, no setor privado, com carteira de trabalho assinada: 40,5%. No setor público, o número também é relevante, de 23,2%. Domésticas e autônomas representam 12,2% e 10,1%, respectivamente.