Setor foi criado para atender usuários do SUS em sofrimento psíquico. São dez tipos de serviço disponíveis para a população no atendimento de saúde mental.

No grupo de psicologia comunitária para idosos do Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia, toda sexta-feira o psicólogo Marcus Daniel Lima atende 20 pessoas, a maioria mulheres. Ao entrar na sala, ouve-se o som de música de meditação ao fundo. Os participantes falam sobre seus problemas e encontram ali o apoio que buscam.O psicólogo Marcus Daniel Lima atende semanalmente o grupo de psicologia comunitária para idosos do Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Os assuntos debatidos são levados pelos próprios pacientes, encaminhados ao grupo pelos médicos da unidade. Cada encontro tem três fases: recepção, meditação e discussão.

Responsável por conduzir a conversa, Marcus Lima é um dos 304 psicólogos ativos na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, distribuídos nos diferentes níveis de atenção: primária, média e de alta complexidade. Os serviços variam de grupos de psicologia comunitária, como o de Ceilândia, a atendimentos para pacientes internados em hospitais.

Ana Alves da Cruz, de 64 anos, participa das reuniões semanais no Centro de Saúde nº 5. “Aqui a gente se sente em casa, conversa com as amigas. O relaxamento é muito bom para nossa mente. Aprendo a não ficar muito nervosa”, conta.

Maria dos Santos Sousa, de 83 anos, concorda com a colega. “A gente conversa com outras pessoas e se sente melhor. Não tenho estresse, não sei o que é isso.”
"Aqui a gente se sente em casa, conversa com as amigas. O relaxamento é muito bom para nossa mente. Aprendo a não ficar nervosa"Ana Alves da Cruz, participante do grupo de psicologia comunitária no Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia

Em casos mais sérios, é feito o tratamento individual. Neste ano, já foram 249 atendimentos na unidade de Ceilândia.
Atendimentos psicológicos em todo o DF

De acordo com o último balanço quadrimestral da Gerência de Psicologia da Secretaria de Saúde, 11.094 atendimentos psicológicos ambulatoriais foram feitos de setembro a dezembro de 2016, e 6.774 usuários assistidos nos diversos grupos terapêuticos da rede.

Criado há cerca de um ano, o serviço existe para atender usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em sofrimento psíquico e abarca todas as possibilidades de atuação do psicólogo na saúde pública.

Segundo a gerente de Psicologia da pasta, Giselle de Fátima Silva, esse compromisso ético se materializa no sistema prisional, no consultório, na rua e no ambulatório de cuidados paliativos.

“Antes da gerência, os hospitais tinham porta aberta para atendimento psicológico e tinham filas gigantescas”, explica a psicóloga. A ideia é tratar os pacientes com base nas prioridades. “A psicologia no SUS é uma maneira concreta de democratização desse tipo de assistência.”

Dez serviços oferecem para a população atendimento de saúde mental e psicológica no DF:
Assistência e vigilância em violência (PAVs)
Atenção domiciliar
Centros de Atenção Psicossocial (CAPs)
Centros de saúde
Centros especializados em reabilitação
Consultório na rua
Núcleos de apoio à saúde da família
Psicologia hospitalar
Sistema prisional
Unidades de terapia intensiva

Serviço de psicologia em unidades de terapia intensiva (UTI)

Disponível em situações de emergência, por meio de pareceres médicos e ronda diária, das 7 às 20 horas
Hospital de Base
Hospital Materno-Infantil de Brasília
Hospital Regional da Asa Norte
Hospital Regional de Ceilândia
Hospital Regional do Gama
Hospital Regional do Paranoá
Hospital Regional de Sobradinho
Humanização dos transtornos mentais severos

Nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), o trabalho é feito por demanda espontânea, para pessoas com transtorno mental grave como esquizofrenia, bipolaridade e depressão. Em algumas unidades, há atendimento para dependentes de álcool e outras drogas.
Nos CAPs, o trabalho é feito por demanda, para pessoas com transtorno mental grave como esquizofrenia, bipolaridade e depressão

Katarina Matos, psicóloga do CAPs II de Taguatinga, tenta desmitificar a ideia que a sociedade tem sobre pessoas com esse quadro mental. “Alguns transtornos não têm cura, mas a pessoa pode aprender a conviver com isso, tentar investir nas potencialidades, trabalhar, se relacionar, aprender a viver com qualidade de vida.”

Ela ressalta que o trabalho é humanizado e que o lugar não tem cara de hospital. Os médicos não usam jaleco e se portam de forma igual aos pacientes. No centro, há terapia ocupacional, bazar, festas, grupos, atendimentos individuais e acompanhamento para as famílias.

No CAPs II de Taguatinga, em 2016, foram acolhidas 1.079 pessoas. Neste ano, 275.
Centros de Atenção Psicossocial (CAPs)
CAP-AD Infantojuvenil III Brasília
Para crianças e adolescentes de até 18 anos incompletos 714/715 Norte, Bloco C, Lojas 1, 2 e 3, Asa Norte (61) 3349-2061
CAP-AD Ceilândia
Para adultos acima de 18 anos QNN 1, Conjunto A, Lote 45/47, Avenida Leste (61) 3372-1091
(61) 3373-2179
CAP-AD Itapoã
Para adultos acima de 18 anos Anexo II, Complexo Administrativo do Itapoã, Quadra 378, Conjunto A, Área Especial 4, Lago Oeste (61) 3369-9438
(61) 3369-9428
CAP-AD III Rodoviária ou CAP Candanga
Para adultos acima de 18 anos Setor Comercial Sul, Quadra 5, Bloco B, Loja 73 (61) 3326-4631
CAP-AD III Samambaia
Para adultos acima de 18 anos QS 107, Conjunto 7, Lotes 3, 4 e 5 (ao lado da UPA) (61) 3459-2581
CAP-AD de Santa Maria
Para adultos acima de 18 anos Quadra 312, Conjunto H, Casa 12, Santa Maria (61) 3394-3968
(61) 3394-2513
CAP-AD Sobradinho
Para adultos acima de 18 anos
Acolhimento e funcionamento: de segunda a sexta, das 7 às 12 horas e das 13 às 18 horas. Exceto na quinta-feira Área Residencial 17, Chácara 14, Sobradinho II (61) 3901-3325
(61) 3901-3328
CAP-AD Infantojuvenil III Taguatinga
Para crianças e adolescentes de até 18 anos incompletos QNF Área Especial 24, Setor F, Norte (61) 3562-7510
CAPs II de Taguatinga
Para adultos acima de 18 anos
Setor A Sul, QSA 9, Taguatinga Sul (61) 3351-7332

Cuidados paliativos no Hospital de Base

Somente no Hospital de Base, 907 pacientes internados foram atendidos pela psicologia em quatro meses. A advogada Adelita Guasco, de 58 anos, é um exemplo.A advogada Adelita Guasco, de 58 anos, recebe acompanhamento psicológico na Unidade de Cuidados Paliativos do Base. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Diagnosticada com câncer pela terceira vez, ela enfrenta a doença com acompanhamento psicológico na Unidade de Cuidados Paliativos do hospital.

A unidade é especializada também em complementar o tratamento oncológico, em que o foco é contribuir para diminuir a dor física, social e psicológica dos pacientes e seus familiares.

A equipe é composta por médicos paliativistas, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnicos de enfermagem.

Atendimento psicológico para oncologia

Feito em situações de emergência, das 7 às 20 horas
Hospital de Apoio de Brasília
Hospital de Base
Hospital da Criança de Brasília José de Alencar
Hospital Regional de Taguatinga

Para Adelita, que há um ano recebe tratamento quinzenal, a terapia faz grande diferença na vida das pessoas. “Aqui descobrimos o quanto ainda somos úteis, capazes. É um fortalecimento.”

A psicóloga Flávia Nunes, que acompanha Adelita, fala sobre a importância desse tratamento. “Entendemos que o adoecimento envolve questões físicas, biológicas, psicológicas e sociais. O paciente precisa ser visto em todos esses aspectos. É importante a psicologia estar inserida nessas equipes.”

O atendimento para os tratamentos de oncologia é feito também nos Hospitais de Apoio de Brasília, da Criança e Regional de Taguatinga.
Centros de saúde com atendimento psicológico em Brasília
Candangolândia
Centro de Saúde n° 1
EQ 5/7 AE (61) 3301-5444
(61) 3301-6221
Núcleo Bandeirante
Centro de Saúde n° 2
3° Avenida, Área Especial n° 3 (61) 3386-5694
Guará
Centro de Saúde n° 1
QE 6, AE, Guará I (61) 3568-3296
(61) 3568-0510
São Sebastião
Centro de Saúde n° 1
Centro de Múltiplas Atividades, Conjunto 10 (61) 3335-3298
Paranoá
Centro de Saúde n° 1
Quadra 21, Área Especial (61) 3369-4489
(61) 3369-1467
Arapoanga
Centro de Saúde n° 5
Quadra 12 D, Conjunto A, Área Especial (61) 3489-7096
Sobradinho
Centro de Saúde n° 1
Quadra 14, Área Especial nº 22/23 (61) 3591-1829
(61) 3591-2779
Ceilândia
Centro de Saúde n° 1
QNN 27, ao lado do hospital regionalCentro de Saúde n° 5
QNM 16 
Recanto das Emas
Centro de Saúde n° 2
Quadra 102, Área Especial (61) 3333-6326
Samambaia
Centro de Saúde n° 2
Quadra 611, Área Especial (61) 3359-1001
(61) 3359-6444
Samambaia
Centro de Saúde n° 3
QN 429, Conjunto F, Lote 1 (61) 3359-5500
(61) 3359-1177
(61) 3359-7960
Taguatinga
Unidade Mista de Taguatinga
C12 Área Especial nº 1, Taguatinga Centro (61) 3353-8300
Gama
Centro de Saúde n° 1
Área Especial, Entrequadra 6/12, Setor Sul 
Asa Sul
Consultório na Rua
Centro POP – SGAS 903, Conjunto C, Lote 78 (61) 3224-0236

Mais informações:
Gerência de psicologia
E-mail: gepsi@saude.df.gov.br