“É um trabalho protagonista, porque acabo impulsionando capacidades. Mas a operação das atividades se dá institucionalmente. Eu não sou o governo. Eu estou participando, mas meu papel é de interlocução", diz Márcia Rollemberg, primeira-dama do DF. Foto: Kleber Lima

Desde a campanha do marido ao Governo do DF, Márcia Rollemberg já dizia que não seria uma primeira-dama decorativa. Tinha intenções de contribuir com o governo e compartilhar as experiências como gestora pública, principalmente na área social. Desde que Rodrigo Rollemberg tomou posse do Palácio do Buriti, ela tem conciliado o trabalho como secretária executiva da Fundação João Mangabeira, entidade ligada ao PSB, à jornada de mãe e avó e a colaboração voluntária com as ações do governo.

Os desafios, ela conta, vieram desde o primeiro dia. “Eu nunca estive nesse lugar de referência, em uma posição em função do outro. Sempre tive uma trajetória própria profissional”, conta a mineira de Teófilo Otoni. A tarefa de ressignificar o papel de primeira-dama começou com a destinação da Residência Oficial de Águas Claras. Morar lá não passou pelos planos dela. E foi aí que começaram as mudanças.

“Lidar com a Residência Oficial foi um dos desafios. O primeiro exercício foi resignificar o espaço e, assim, acabei ressignificando o papel de primeira-dama. Então, me envolvi com a casa, abrimos para visitação e fizemos de lá um espaço de trabalho”, diz, lembrando que o local, agora, tem outra dinâmica. “Sempre prego a socialização dos espaços”, lembra.

Mas isso, ela ressalta, tem a ver com o perfil profissional dela, que já foi secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, diretora de Articulação e Fomento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e gestora de formação pública na área da saúde.

As intervenções de Márcia na gestão Rollemberg passam pelas áreas com as quais ela tem afinidade e formação: mulheres, diversidade, direitos humanos, crianças… “São áreas em que vi perspectivas de fazer um trabalho de interação e integração. Tento contribuir e compartilhar experiências com as pessoas que estão fazendo políticas públicas no DF”, observa ela, que tem um gabinete no Palácio do Buriti e alguns servidores para cuidar da agenda e dos compromissos institucionais.

A relação próxima com a sociedade civil organizada garante uma boa interlocução com o governo. “A cidade é uma criação coletiva e todos temos responsabilidade pelo comum, pela sociedade”, diz ela, que, embora tenha uma atividade protagonista, lembra que apenas colabora com a gestão do marido.

“É um trabalho protagonista, porque acabo impulsionando capacidades. Mas a operação das atividades se dá institucionalmente. Eu não sou o governo. Eu estou participando, mas meu papel é de interlocução”, ressalta ela, que é formada em serviço social pela Universidade de Brasília (UnB), onde conheceu Rodrigo.

A vovó Márcia

A vida fora da agenda oficial de primeira-dama é tranquila e de muita dedicação à família. Vovó da Mel, de três anos, Márcia se prepara para receber o segundo neto, Rafael, que está para nascer. “De vez em quando, a gente hiberna na fazenda, em alguns fins de semana. E vamos todos”, conta, com o sorriso mais largo, ao falar dos filhos – Gabriela, Ícaro e Pedro Ivo – e dos netos. “Sou muito próxima dos meus filhos e da família. Eu curto muito estar com eles”, diz.

Se dá tempo de fazer tudo isso e ainda ser mãe e vovó corujas? Ela responde com um sonoro “Dá”. Os horários são criados. “Vamos pra fazenda no fim de semana, jantamos durante a semana. Sempre damos um jeito”, exalta. “Eu estou me preparando para ter tempo para curtir o Rafael, porque sei que esta é uma fase inesquecível e fundamental, tanto para ele quanto para a gente”, acrescenta.

Jornal de Brasília