Embora negada por historiadores mas atribuída a Charles de Gaulle, a frase: “ O Brasil não é um país sério”, hoje mais que uma crítica, parece uma constatação com uma pitada de profecia adicionada de um mero fio de observação. Haja vista haver sido proferida nos anos 60 e confirmada no decorrer do tempo e ainda mais nos últimos dois anos.

Aqui acontece de tudo, mas parece não acontecer nada. É um país onde a lei e a justiça que “serve” para alguns, inexiste para outros.

Nestas terras se prova que a “roda grande pode passar por dentro da pequena”. O pequeno manda no grande, o inocente paga pelo criminoso, e a justiça, rigorosa para os pequenos, se adequa para fazer valer o capricho do criminoso. O desordeiro travestido de autoridade, desafia a lei e ordem e não cumpre a decisão proferida pelo juiz. E este chega a ser repreendido por alguns pares por ter tomado tal decisão, a de fazer valer a lei.

Hoje, mais uma vez a contradição na lei desse país que na visão do general francês, não devia ser levado a sério, é sem surpresa, ratificada no sentido se que ele, o General francês tinha razão: Na tarde de ontem a justiça federal condenou a deputada distrital Tela Rufino por improbidade administrativa, isto porque ela teria autorizado a construção de casas para 700 famílias (Leia aqui). Mas quando alguém do governo sai em nome da “lei” e derruba milhares de moradias populares, “nada há de errado”. Ora! Sabe-se que em Brasília, poucas são as famílias que têm suas moradias regularizadas. Muitas autoridades, empresários e personalidades diversas moram em terras irregulares, e não existe pecado.

Estudos dizem que : “O surgimento de políticas habitacionais realmente preocupadas em solucionar o alarmante problema é recente, tendo sido implementado na Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelo Estatuto da Cidade (2001), que regula o uso da propriedade urbana em prol do interesse coletivo e do equilíbrio ambiental, sendo um instrumento inovador na política habitacional e importante ferramenta de regularização fundiária.

O que de diferente fez a deputada? Em sua nota, afirma a parlamentar, que tomou a decisão de autorizar as construções para proteger a vida das famílias que moram em Arniqueiras e o meio ambiente. Onde está o crime?

De Gaulle também afirmou: “Patriotismo é quando o amor por seu próprio povo vem primeiro…”

Interessante que os seguidores da parlamentar a denominam como “A deputada do povo”.

De repente tem-se a impressão de que “o Brasil ainda tem jeito.”