Os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram em assembleia, nesta terça-feira (4/4), manter a greve iniciada no dia 15 de março. Mesmo reconhecendo que houve uma abertura nas negociações com o Palácio do Buriti, a categoria entende que as propostas feitas pelo GDF não são suficientes, ainda, para encerar a paralisação.

De acordo com Cláudio Antunes, diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), é necessário fortalecer o movimento para assegurar avanços na mesa de negociação. “O governo chegou a ensaiar um acordo, mas ainda não entendemos como uma proposta efetiva. Deixamos claro que, se eles querem que a greve acabe, eles precisam concluir a negociação”, argumentou.

Os professores cobram reajuste salarial de 18%, melhores condições de trabalho, reposição do tíquete-alimentação e, principalmente, o pagamento da última parcela do aumento aprovado em 2013. O GDF, no entanto, já descartou a possibilidade de reajustar os vencimentos e quitar a dívida do aumento concedido pela gestão anterior.

Enquanto não chegam a um consenso, os professores mantêm a greve considerada ilegal na semana passada. A Justiça também determinou o imediato retorno dos docentes à sala de aula e fixou em R$ 100 mil a multa diária por descumprimento. O GDF, por sua vez, informou que vai cortar o ponto dos docentes efetivos e temporários que não voltarem ao trabalho. O Sinpro recorreu da decisão na Justiça, que ainda não se manifestou sobre o pedido da categoria.

Nesta segunda-feira (3/4), professores e integrantes do GDF se reuniram para negociar. Ao final, o Executivo divulgou uma nota em que resume a proposta feita aos educadores.

“O Governo de Brasília apresentou proposta aos representantes sindicais e aos professores a ser levada para assembleia da categoria a ser realizada amanhã (4/3). A proposta inclui o pagamento de pecúnias na ordem de até R$ 100 milhões até o final do corrente ano, de acordo com a disponibilidade de caixa do Tesouro. O governo espera que a parcela de professores que ainda permanece em greve retorne imediatamente às salas de aula”, diz o documento.
A greve continua. O governo anunciou o valor a ser utilizado para atender demandas de categorias, mas isso não foi formalizado com propostas. Ainda não se sabe para o que e para quando os valores serão destinados. Aguardamos a reunião de negociação para a avaliação“

Rosilene Correa, diretora do Sinpro-DF

Apoio dos distritais
A greve dos professores entra nesta terça no 21º dia, e começa a perder força. Desde o inicio do movimento até semana passada, 70% da categoria participava da paralisação; nesta terça, a adesão é de 60%, de acordo com o Sinpro.

Cerca de 2 mil docentes votaram na assembleia nesta manhã pela manutenção da greve. Depois, seguiram em caminhada até a Câmara Legislativa (CLDF) para pressionar os distritais a interceder junto ao GDF pelo atendimento das reivindicações da categoria.

Durante a ida à CLDF, os docentes ocuparam três faixas do Eixo Monumental, interrompendo o trânsito na via pouco antes do meio-dia. O grupo partiu da Praça do Buriti, passou em frente ao Museu do Índio e retornou para a CLDF. A PM acompanhou a caminhada, realizando os bloqueios viários necessários à passagem dos manifestantes. Um grupo de distritais recebe os professores no auditório da Casa.

Nova assembleia dos educadores está marcada para quinta-feira (6/4), às 9h30.

Fonte: Metrópoles