Movimento desta quarta-feira (24) registrou atos de violência e depredações ao patrimônio público. Oito pessoas foram presas e 49 ficaram feridas.

Agentes das forças de segurança do governo de Brasília avaliaram a atuação das tropas na manifestação desta quarta-feira (24), na Esplanada dos Ministérios. O ato, que reuniu cerca de 45 mil pessoas até as 18 horas, registrou cenas de violência e depredação do patrimônio público praticadas por grupos presentes no movimento.Entrevista coletiva ocorrida na noite desta quarta-feira (24), detalhou atuação das forças de segurança durante manifestação na Esplanada dos Ministérios. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

De acordo com o secretário da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, Edval de Oliveira Novaes Júnior, o desempenho seguiu o Protocolo Tático Integrado firmado pelos governos federal e distrital. “O trabalho estratégico ocorreu de forma correta, mas os ânimos estavam acirrados e muitas pessoas se manifestaram de forma agressiva e exacerbada”, resumiu.

Ele deu a declaração em entrevista coletiva à imprensa, nesta noite, ao fazer o balanço da manifestação, no Centro Integrado de Comando e Controle Regional. Os distúrbios resultaram em oito manifestantes presos e 49 pessoas feridas, duas delas gravemente. Houve também oito policiais feridos.

Durante o ato, várias pessoas tentaram invadir a cerca de contenção, na Avenida das Bandeiras, quando estava combinado com os organizadores que aquele limite não poderia ser ultrapassado. “Já tivemos manifestações maiores, e isso não culminou em danos como tivemos hoje”, constatou o secretário.
"O trabalho estratégico ocorreu de forma correta, mas os ânimos estavam acirrados e muitas pessoas se manifestaram de forma agressiva"Edval de Oliveira Novaes Júnior, secretário da Segurança Pública do DF

As investidas de manifestantes para cruzar a linha até o Congresso Nacional e outros prédios públicos foram contidas pela Polícia Militar do DF. “A tropa manteve o propósito e impediu que as pessoas invadissem aquela área”, explicou o comandante-geral, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira.

Segundo o coronel, eles agiram com energia proporcional para evitar danos maiores. Oito policiais ficaram feridos e um deles teve a perna quebrada.

De acordo com levantamento prévio da Polícia Civil do Distrito Federal, nove ministérios sofreram depredações. Dois deles foram incendiados (Agricultura e Integração Nacional), além de banheiros químicos.

Foram instaurados inquéritos policiais para averiguar os fatos de dois policiais militares que aparecem em vídeos disparando armas de fogo.

O comandante da PMDF reforçou que a situação não é recomendada, uma vez que há instrumentos não letais, e todas as circunstancias precisam ser analisadas. “Nenhum policial é instruído para agir dessa forma, mas cada um tem o domínio da ação naquele momento, para isso vamos apurar e responsabilizá-los dentro da lei.”
Presos e feridos durante manifestação

Conforme o balanço divulgado pela Segurança, oito pessoas foram presas e houve 12 ocorrências por porte de arma branca, lesão corporal, resistência, desacato, porte de substâncias entorpecentes e dano ao patrimônio público.

A partir desta quinta-feira (25), peritos da Polícia Civil farão as análises e o levantamento da situação real do patrimônio público.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do DF, 49 pessoas feridas foram atendidas, com dois casos graves – um homem que teve a mão dilacerada por um explosivo e outro com uma perfuração no maxilar por arma de fogo.

A vítima que levou o tiro está no Hospital de Base de Brasília e encontra-se estável e fora de perigo. Ainda não há informações sobre a origem do disparo.

A polícia militar empregou efetivo inicial de cerca de 3 mil policiais, 89 viaturas e duas aeronaves. Pelo Corpo de Bombeiros, estiveram no local 586 servidores e 30 viaturas. Da Polícia Civil, foram mobilizados 45 profissionais em sete viaturas, além de 40 agentes do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF).