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A Lei Seca chega ao nono ano de vigência no DF como a menina-dos-olhos do Departamento de Trânsito (Detran-DF). Conforme o órgão, as premissas de fiscalização e punição da legislação implementada em meados de 2008 são responsáveis diretamente pela redução da quantidade de mortes nas vias de Brasília. Entre 20 de junho de 2016 e 11 de junho de 2017, foram registradas 314 óbitos, 37% a menos em relação ao mesmo período entre 2007 e 2008.

“O DF é uma referência nacional nas autuações pela Lei Seca”, garante o diretor-geral do Detran-DF, Silvain Fonseca. “A gente quer aumentar número de abordagens, atuar estrategicamente nos horários em que mais há motoristas alcoolizados e agir para prevenir os acidentes”, reforça, lembrando que a mistura entre bebida e direção ainda é a maior preocupação do órgão.

Desde 2008, o departamento estima ter autuado mais de 93 mil motoristas por terem dirigido embriagados. Cerca de 10% desse total foram presos em flagrante por apresentar concentração de álcool no sangue acima do permitido por lei – já foi de 0,6 mm por litro de ar alveolar, hoje em dia é de 0,3mm.

Segundo Fonseca, outro problema é retirar de circulação os motoristas já autuados e que tiveram suas habilitações suspensas. Somente no mês passado, 68 condutores reincidentes foram flagrados atrás dos volantes. Em um caso inusitado, um homem foi pego pela oitava vez, enquanto outro rapaz bateu o recorde de ser capturado 14 vezes!

“Existem casos em que a pessoa é dependente do álcool. Então a gente quer trabalhar de outras formas com esses”, diz o diretor-geral do Detran-DF. “Trabalhar junto a órgãos sociais, principalmente, porque em alguns casos acreditamos que tem mais a ver com a questão social do que com mera imprudência”, avalia Fonseca.

Pedestres, cuidado!

Apesar dos dados positivos, de 2015 para 2016 a quantidade de acidentes com óbito no DF saltou de 331 para 364, segundo o banco de dados do departamento. As estatísticas indicam, porém, que deve haver redução em 2017, pois entre janeiro e maio foram 73 ocorrências, quase 30% a menos em relação ao mesmo período do ano anterior.

Um dos dados mais preocupantes é o de atropelamentos com vítimas mortas. Foram 127 no ano passado, 22 a mais em relação a 2015. Na manhã desta sexta-feira (16), dois idosos atropelados em Taguatinga acenderam o alerta para essa questão. Na QI 25, um senhor de 90 anos não resistiu aos ferimentos, enquanto no Centro um homem de 84 anos foi levado à UTI do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas passa bem.