Caso condenados, distritais podem perder os direitos políticos por oito anos e ter que pagar multa e indenização aos cofres públicos.

Com base em provas, os cinco deputados distritais investigados pela operação Drácon agora também são alvo de uma ação de improbidade administrativa disparada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A peça cobra multa, indenização por dano moral e perda dos direitos políticos, por oito anos, de Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Julio Cesar (PRB), Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato (PR).

Os cinco distritais já são réus em um processo criminal em análise no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). “A ação de improbidade não conta com as mesmas ferramentas ágeis. É melhor inclusive. Aguardamos a produção das provas e estamos com elas. Então, de forma técnica sem açodamentos, sem interferência política, a gente simplesmente moveu a ação”, afirma o promotor de Justiça de Defesa da Saúde, Jairo Bisol.

Além da Promotoria de Defesa da Saúde (Prosus) a ação também assinada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A peça também cita os assessores envolvidos no escândalo. A Drácon investiga um suposto esquema de corrupção para a manobra de verbas parlamentares em troca de propina de empresários na cúpula da Câmara de Legislativa. Conforme a denúncia, o grupo teria atuado no remanejamento de R$ 30 milhões para a saúde.

Segundo Bisol, a gravidade do episódio levanta mais uma vez a necessidade de uma ampla reforma política. “O Brasil não tem futuro se nós não promovermos uma profunda reforma política para nos livrarmos desse tipo de prática de desvio de orçamentários. Não enfrentamos só um caso casuístico, lutamos contra a regra”, alerta.

Desde o início do escândalo, no segundo semestre do ano passado, todos os parlamentares citados alegam inocência.

Michael Melo/Jornal e Brasília/Cedoc
JBR