A promessa do secretário de Fazenda, Wilson de Paula, de se reunir com os diretores das 97 unidades de ensino de Ceilândia é a única novidade no quadro de desalento do sistema público de educação da cidade. Conforme reportagem no Jornal de Brasíliadesta quarta-feira (3), R$ 29,7 milhões referentes à segunda parcela do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) de 2017 ainda não foram pagos e, sem esse dinheiro, a realização de matrículas novas para 2018 e o próprio início do ano letivo estão ameaçados.

“A maioria das escolas nem tem condições de fazer novas matrículas. Os alunos de remanejamento ou novos têm que ser matriculados dia 8, mas não há material, como toner para emitir os documentos. Em muitas também não há internet então o sistema online para fazer as inscrições não pode ser acessado”, expõe a diretora da Escola Classe 13, em Ceilândia Norte, Mabel Pereira do Nascimento, uma das líderes do movimento.

Segundo ela, os representantes da rede de ensino vão aguardar a resposta do secretário para definir os próximos passos, mas uma greve, a princípio, está descartada. A grande reclamação de Mabel é a enrolação do Governo de Brasília para repassar a verba, o que gerou drolou as dívidas para ese ano. Os recursos para o segundo semestre de 2017 deveriam ter sido publicados no Diário Oficial do DD (DODF) em junho do ano passado, mas só surgiram em novembro. “Houve esse atraso, mas as escolas funcionaram com a gente comprando fiado e os fornecedores confiando na nossa palavra. O dinheiro que vai entrar agora é só para quitar essas dívidas”, esclarece.

O governo ja fez duas prorrogações do prazo para efetuar o pagamento e a nova data só deve ser confirmada amanhã, no encontro com os diretores de Ceilândia. Caso o início do ano letivo seja realmente comprometido por falta de matrículas e acordo para pagamento da parcela do Pdaf, mais de 80 mil alunos podem ser afetados.

Fonte: JBR