Com importantes deliberações que mudam de forma radical os rumos do partido, o PSB encerrou neste sábado seu XIV Congresso Nacional e também elegeu sua nova Comissão Executiva onde três tendências disputaram a hegemonia política. Diversas moções e teses apresentadas durante o congresso foram aprovadas, e a mais importante foi a rejeição a qualquer coligação a candidatura do governador Geraldo Alkmin do PSDB a presidência da República. 

Durante todo o dia 1º de março aconteceu o congresso dos Segmentos do partido, como o Sindical, Juventude, Mulheres e Negritude, que reconduziram os atuais dirigentes nacionais, enquanto o LGBT, elegeu numa disputa acirrada com diferença de apenas quatro votos, a líder trans Thatiane Araujo, considerada uma das renovações dentro do PSB. Enquanto os 115 delegados do MPS, considerado pela mídia o mais forte dentro do partido elegeram por aclamação o advogado Acilino Ribeiro como o novo Secretário Nacional do Movimento Popular do PSB.

O Movimento Popular que congrega trinta e cinco setores sociais como as bases dos movimentos comunitário, ambiental, cultural, esportivo, de idosos, sem-terra, sem tetos, imigrantes e refugiados, comunidades religiosas, dentre diversos outros, também elegeu sua Executiva Nacional e aprovou como principal meta a implantação de 1000 Núcleos de Base no país nos três anos da gestão de Acilino Ribeiro. Além de outros pontos de um programa de trabalho e teses apresentadas e aprovadas.

A ex-secretária nacional do segmento, Maria de Jesus Mattos, um dos principais apoios para a eleição de Acilino, declarou que “Acilino é um companheiro que com seu estilo próprio, de ser Quadro e Liderança, articular na direção e mobilizar na base, ser companheiro e combatente ganhou a todos e com certeza é o Secretário certo na hora certa”.

Diversos outros líderes do segmento de Acilino Ribeiro manifestaram satisfação por sua eleição, além de nomes de peso como os governadores Rodrigo Rollemberg, Paulo Câmara e Ricardo Coutinho, os senadores João Capiberibe e Lídice da Mata, os deputados Júlio Delgado, Danilo Cabral, o ex-governador do Piauí, Wilson Martins e vários outros dirigentes nacionais que militaram com Acilino em organizações de esquerda na luta contra a ditadura como Tildei Santiago, Domingos Leonelli e Ademir Andrade parabenizaram Acilino por sua condição de novo Secretário Nacional de Movimentos Populares do PSB e membro da Executiva Nacional.

Outros líderes nacionais que formam com Acilino Ribeiro a ala mais a esquerda do PSB também foram eleitos para a Executiva Nacional e devem cerrar fileira na defesa dos princípios históricos do Partido e leva-lo a uma reviravolta nas eleições de 2018 para se coligar com os partidos do campo progressista. Pelo menos foi esta a tendência demonstrada ao proibir qualquer aproximação com a candidatura de Geraldo Alkmin, do PSDB. Fora esse posicionamento que de certa forma agradou aos governadores e candidatos aos executivos estaduais por permitir coligações aberta nos estados o PSB tem o indicativo do Congresso de só fazer alianças com os partidos de esquerda.

Além do Congresso Nacional, o Movimento Popular Socialista realizou também um seminário sobre Midiativismo e Trabalho de Base, que culminou com a implantação das coordenações nacionais de dezesseis Núcleos de Base dos diversos segmentos que compõem o MPS.

O Distrito Federal saiu fortalecido com vários de seus militantes alçados a condição de membros do Diretório Nacional pela ação desenvolvida pelo governador Rodrigo Rollemberg e ainda pela articulação de Acilino Ribeiro para sua própria eleição a líder nacional do Movimento Popular e por ser considerado um dos mais leais companheiros do governador do DF e seu principal articulador juntos aos movimentos sociais.                                                                                                       
Por Katharine Garcia e Zóbia Skarttini