Quando notificada, unidade terá cinco dias úteis para apresentar sua versão. Diretor-presidente alerta que o impedimento da entrada de novos profissionais prejudica os trabalhos.

Apesar de ainda não ter sido notificado da decisão judicial que suspendeu seu segundo processo seletivo, o Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF) decidiu recorrer para garantir as contratações de 66 profissionais na área administrativa.A diretora vice-presidente do IHBDF, Dulcilene Cláudia Xavier, e o diretor-presidente do Instituto Hospital de Base, Ismael Alexandrino Junior. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Em entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira (5), o diretor-presidente do hospital, Ismael Alexandrino, rebateu os argumentos da suspensão e destacou que a demora na entrada de novos profissionais tem consequências para os pacientes, como fechamento de leitos.

“Ainda não fomos notificados, mas recorreremos, assim como fizemos na suspensão do primeiro processo seletivo. Do ponto de vista administrativo, estamos parados, com a possibilidade de fechamento de 70 leitos, dez deles de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, disse Alexandrino.

Para ele, há “equívocos conceituais” quanto à natureza do instituto. Alexandrino afirmou que todo o processo é pautado pela transparência, mas com modelo jurídico privado e contratações pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por processo seletivo simplificado, e não concurso público.
"Do ponto de vista administrativo, estamos parados, com a possibilidade de fechamento de 70 leitos, dez deles de UTI"Ismael Alexandrino, diretor-presidente do Instituto Hospital de Base

O chefe do instituto ressaltou que o princípio da publicidade foi respeitado, com publicações em jornais de grande circulação, televisão e internet. “Juntados os dois processos seletivos, temos cerca de 15 mil inscritos (cerca de 10 mil no primeiro e 5 mil no segundo)”, afirmou.

Coordenadora de comunicação do Fórum Permanente de Apoio e Defesa das Pessoas com Deficiência do Distrito Federal e Entorno, Lourdes Piantino afirmou ter analisado o edital e não ter encontrado irregularidades.

“Os prazos foram respeitados. Milito há 22 anos nessa área, desde o nascimento do meu filho, portador de síndrome de Down, e sei que trabalhadores com deficiência sabem que precisam apresentar atestado. Têm direitos e deveres, não são incapazes”, disse .

Lourdes também preside o Conselho de Saúde do DF e é mãe do artista plástico Lucio Piantino, portador da síndrome de Down. Houve cerca de 30 pessoas com deficiência inscritas na seleção.
O que é contestado na forma de contratação do Instituto Hospital de Base

A ação, movida pelo Ministério Público do Trabalho, questiona suposta falta de publicidade e de respeito ao prazo para pessoas com deficiência apresentarem documentação. A decisão, do juiz do Trabalho Renato Vieira de Faria, acatou os argumentos e suspendeu as contratações.

O primeiro processo seletivo, para 708 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, também está suspenso. Nesse caso, o IHBDF já impetrou recurso e aguarda posicionamento do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT 10ª Região).

Fonte: Agencia Brasilia