A dificuldade de montagem de chapas majoritárias tem como pano de fundo a desconfiança entre pretensos aliados. Depois de muitas traições, passadas de pernas, não era para se esperar algo diferente. Ninguém confia mais em ninguém.

Pelo menos duas chapas estão passando por esses problemas. A primeira é a denominada Terceira Via, que depois de idas e vindas, tem o deputado federal Rogério Rosso (PSD) como cabeça de chapa. A forma como foi montada e o tratamento dispensado ao também deputado federal Izalci Lucas (PSDB), foi algo nunca visto na política do Distrito Federal. E ligou o sinal de alerta entre os outros partidos que compõem a coligação.

Izalci passou maus bocados com os aliados Rosso e o senador Cristovam Buarque (PPS). Os dois conspiraram contra Izalci, até derruba-lo da condição de pré-candidato. Para isso, valeu-se dos mais diversos expedientes e instâncias partidárias.

Como desconfiança gera ainda mais desconfiança, agora é o PPS que faz carga em cima da chapa do Rosso. Em reunião interna, o PPS demonstrou não estar confortável com a situação e não há consenso interno quanto irem com Rosso. Uma nova implosão da Terceira Via pode acontecer até o fim de semana.

Desconfiança também pauta as articulação na turma que estava junto com Jofran Frejat (PR), que mesmo líder nas pesquisas, decidiu desistir da candidatura ao GDF. A confusão agora é entre o deputado Alberto Fraga (DEM) e o ex-presidente da OAB, Ibaneis Rocha (MDB).

Fraga não aceita a imposição da candidatura de Ibaneis feita pelo ex-vice-governador Tadeu Filippelli (DEM). O democrata alega que não se pode colocar na cabeça de chapa um “candidato sem voto” e inexperiente na política. Fraga gostaria de ser o cabeça de chapa, mas houve resistência por parte de Filippelli, que prefere alguém que seja mais próximo a ele. A desconfiança ronda as discussões.

Quem acompanha de perto essa implosão da Terceira Via e da aliança de Frejat é a ex-deputada Eliana Pedrosa (Pros). E é ela que deve mais ganhar, tanto na migração de votos de Frejat, quando em apoio político. Pesquisas internas do partidos já mostram Eliana isolada na frente dos outros candidatos.

Hábil politicamente, Eliana, que tem como vice o ex-deputado Alírio Neto (PRB), pode ser um porto seguro para os dissidentes. Se sentirem confiança, pode estar se formando um grupo competitivo.

NBN Brasil