Telma Cristina luta contra o câncer e pede ajuda a população. Guará. Foto: Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília.

Desempregada, Telminha batalha contra o quarto diagnóstico com leveza, mas esbarra na dificuldade financeira

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e câncer. As duas complicações de saúde atormentam tantos pacientes, e no caso de Telma Cristina Saraiva, 44 anos, ambas a acometeram em sequência. Desempregada e mãe de três filhos, Telminha, como é conhecida, não se deixa abalar. Firme na esperança de ser curada, ela se tornou exemplo de autoestima a outros pacientes na mesma condição, por meio de campanhas na internet. O maior obstáculo, porém, é a falta de dinheiro. Sem renda fixa, ela apela para a ajuda da população, confiante de que pode vencer as adversidades.

Telma conta que são gastos cerca de R$ 2 mil por mês com remédios, fora os exames frequentes. A caminhada até essa realidade começou em 2003, quando ela sofreu um princípio de AVC a caminho da escola da filha. O acidente vascular pode ter tido ligação com a obesidade, problema que também afligia os pais. Com 1,47 de altura, Telminha chegou a pesar mais de 100 kg. “Eu trabalhava em três turnos e ainda cuidava dos meus pais, que já conviviam com diabetes há mais de 20 anos”, relata.

Com a saúde em risco, os médicos a aconselharam a passar por cirurgia de redução de estômago. Ela havia acabado de perder a mãe por problemas ligados à obesidade. “Quando o resultado dos exames cardiológicos ficaram prontos, eu não me reconhecia. O AVC afetou muito meus órgãos”, relembra.

Em 2014, Telminha enfim fez a cirurgia. Mas o que parecia alívio era apenas o início de um pesadelo. Após dez meses de recuperação, veio a descoberta de que um câncer de mama, curado no ano seguinte. Mas a alegria durou poucos dias: surgiu um novo nódulo na mama. Um ano e cinco meses à frente, veio o câncer no intestino. A dor aumentou ainda mais com o falecimento do pai dela, também refém da obesidade.

“Mesmo com tudo isso, lutas, remédios fortes, perda de pessoas importantes na minha vida, eu não me entreguei à comida. Eu fiz o oposto: me entreguei à saúde total”, enfatiza.

A última surpresa, não tão agradável, foi a descoberta de um quarto câncer, desta vez no reto. Devido ao histórico, o tratamento tende a surtir resultado mais lento que os anteriores.

“Meu organismo já está destruído com tanta medicação. Por isso que os remédios são manipulados e devem sair todos do meu bolso. Não tenho condições de arcar”, ressalta. Emocionada, Telma conta ao Jornal de Brasília que ela e os três filhos vivem de doações de cestas básicas ou dinheiro. “Graças a amigos e conhecidos, hoje não passo fome e tenho de onde tirar para dar aos meus filhos”, reconhece.

“Nunca questionei a Deus o porquê de isso acontecer comigo. Desde o começo, senti que esse câncer não seria algo negativo. Sentia que era pra ajudar alguém. O que eu não esperava era ajudar tanta gente enfrentando uma doença”, diz.

Redes sociais impulsionam ação

Incentivada pelo médico, Telma compartilhou sua luta na internet. Tirou uma foto e comparou seu “antes e depois” no Facebook, relatando a situação enfrentada. “Postei para incentivar duas pessoas que passavam por depressão grave por conta do câncer. E eu consegui”. A publicação alcançou outras centenas de pessoas. “Fiz a publicação para incentivar quem sofre de depressão, às vezes por ter perdido o cabelo, por ter emagrecido muito e perder totalmente a autoestima. A partir daí percebi qual era a minha verdadeira missão como paciente oncológica”, alegra-se.

A atitude virou campanha, batizada de “Autoestima no Combate ao Câncer”. Em pouco tempo, mais pacientes a procuraram para contar que deixaram de pensar em tirar a própria vida após acessarem suas postagens.

Telma se inscreveu no primeiro “Miss e Mister Bariátrica do DF”, ocorrido na semana passada. Além de ser exemplo de positividade, a candidata provou que não vale a pena desistir e ganhou o título de Miss Superação. “Tem gente que perdeu muito mais peso que eu, mas o concurso não era só isso. Eu vi que posso ajudar as pessoas contando a minha história para que ninguém desista de lutar pela vida”.

Saiba Mais

Nessa segunda-feira, Telma retornou aos médicos para iniciar o tratamento do câncer no reto. A notícia não é nada boa, mas ela não perde a confiança de que receberá ajuda de amigos, vizinhos, familiares e até mesmo desconhecidos.

Além da contribuição para a encomenda dos remédios manipulados, ela precisa ainda de doações para conseguir manter os filhos com a alimentação. “Preciso comprar alimentos para minha casa e, principalmente, para alimentar meus três filhos. Além disso, preciso consumir uma quantidade significativa de proteína para não correr o risco de perder massa magra. Peço a ajuda, qualquer valor vai me ajudar muito”.

Entre trancos e barrancos de toda essa história, Telma consegue tirar uma lição por ter superado todos os obstáculos que passa durante esses cinco anos. “A vaidade não nos leva a nada. Perder o cabelo, uma parte do corpo ou algo assim, eu não me importo. E meu exemplo já fez com que outras pessoas com câncer saíssem de uma depressão”, relata, satisfeita.

Ajuda

Dados para ajudá-la

Caixa Econômica
Agência: 0643
Operação: 013
00762515-2
CPF: 646 407 361-34
Poupança: Telma Cristina Saraiva Franco

Fonte: JBr.