Segundo a pasta, profissionais já estão em processo de acolhimento e serão lotados nas Unidades Básicas de Saúde.

Por Letícia Carvalho e Marília Marques , G1 DF

UBS no Núcleo Rural Tabatinga, em Planaltina-DF — Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que as 21 vagas do programa social Mais Médicos, disponíveis para a capital do país, foram preenchidas nesta última sexta-feira (14) – a quatro dias do fim do prazo, prorrogado até a próxima terça (18).

Segundo a pasta, os novos profissionais já estão em processo de acolhimento na secretaria e ainda serão lotados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Até este domingo (16), o órgão ainda não sabia indicar em quais localidades do DF esses médicos atuarão.

De acordo com a Secretaria da Saúde, ao todo, 583 médicos atendem à população nas UBS, o que corresponde a 67,8% de cobertura. Para alcançar 100% de atendimento, o DF deveria contar com 782 médicos.

Apesar dos dados oficiais, a quantidade de médicos efetivamente disponíveis nas unidades pode ser ainda menor. O levantamento do GDF, divulgado em 10 de dezembro, não considerava os profissionais cubanos que deixaram o Brasil após o encerramento do contrato do programa Mais Médicos (entenda abaixo).

Até 14 de novembro, 21 profissionais vindos de Cuba atuavam em 18 regiões do DF. Com a saída dos profissionais, 16 equipes foram recompostas a partir de edital lançado pelo governo federal.

Médicos cubanos chegam ao aeroporto de Brasília para o voo que vai levá-los de volta para Cuba — Foto: Marília Marques/G1

Mudanças no programa

Em novembro, o governo de Cuba decidiu sair do programa social Mais Médicos, citando "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil.

O país caribenho enviava profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde desde 2013, quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões carentes sem cobertura médica.

Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil com base no exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo.

Dias depois, o Ministério da Saúde publicou no "Diário Oficial da União" o edital com cerca de 8,5 mil vagas para o programa Mais Médicos. As vagas, abertas para substituir médicos cubanos, eram para profissionais brasileiros e estrangeiros que tivessem registro no CRM do Brasil.