Por Beatriz Pataro, TV Globo
O secretário de Educação do Distrito Federal, Rafael Parente, anunciou nesta sexta-feira (25) que vai exonerar o subsecretário de Educação Básica Sérgio Elias Machado, nomeado no último dia 4. Segundo parente, o gestor adotou "condutas não profissionais" no cargo.

O estopim do caso foi um parecer, elaborado por Elias e divulgado no sistema interno da Secretaria de Educação, em que o professor se diz contrário à educação militar nas escolas públicas. O projeto, fruto de uma parceria da pasta com a Polícia Militar, deve entrar em vigor ainda neste ano (veja abaixo).

"Ele colocou um parecer escrito por ele no sistema da secretaria, se colocando contrário ao nosso projeto-piloto das escolas com a PM, sem ter discutido com ninguém previamente. Por regras internas, teria que ter discutido", diz o secretário.

"Ele falou que queria trabalhar de forma autônoma. Algumas coisas, ele ouvia e levava de forma distorcida."

De acordo com Rafael Parente, a conduta de Sérgio Elias estava atrapalhando o andamento dos trabalhos da pasta. Além de Sérgio Elias, três assessores ligados a ele também devem ser exonerados. O novo ocupante do cargo não foi anunciado.

Educação militar

Também nesta sexta, Rafael Parente afirmou que o modelo de aplicação da educação militar ainda não está definido. O ano letivo na rede pública começa em 11 de fevereiro e, até o momento, não está claro se os primeiros dias de aula já vão ser marcados pela iniciativa.

"Essa coisa do convênio com a PM a gente não criou ainda, estamos criando agora. Não tem um modelo que vamos fazer igual, não é o modelo de Goiás, vai ser um projeto-piloto criado por nós".

Quatro escolas foram escolhidas para a ação teste: CED 7 de Ceilândia, CED 1 da Estrutural, CED 308 do Recanto das Emas e CED 3 de Sobradinho. Segundo o governo do DF, essas regiões foram escolhidas a partir de quatro critérios:

  • Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador sobre a qualidade do ensino no Brasil;
  • IDH, índice medido anualmente que tem como base indicadores de saúde, educação e renda;
  • mapa da violência do local;
  • estrutura das escolas.
A iniciativa estabelece que, com um aplicativo de celular, os pais possam ter acesso ao que os alunos fizeram durante o período de aulas.Além do monitoramento por meio do aplicativo, também estão previstas as seguintes medidas:

  • Estudantes deverão usar um uniforme diferente, que será distribuído de forma gratuita.
  • Meninos terão que usar cabelo curto; meninas, coque;
  • Cada escola vai receber de 20 a 25 militares – PMs ou bombeiros que estão na reserva ou sob restrição médica.
  • A gestão vai ser compartilhada: professores, diretores e orientadores vão continuar cuidando da parte pedagógica. Os militares, das atividades burocráticas e da segurança, como controle de entrada e saída, horários e filas;
  • Os policiais vão dar aulas, no contraturno, de musicalização, ética e cidadania.