A cena é mais comum do que se imagina: o filho está se divertindo na festa do amigo quando, de repente, cai do pula-pula e se machuca. Segundo o Ministério da Saúde, as quedas foram a principal causa de hospitalizações de crianças entre zero e 14 anos, em 2013. 

Por isso, brincadeiras como cama elástica, bicicleta, patins e escorregador merecem tanta atenção. “Quedas como estas podem gerar traumas graves de crânio, membros e coluna. Em alguns casos, até fatais”, explica a pediatra Renata Waksman, que faz parte do Departamento de Segurança da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

CAMA ELÁSTICA: apresenta alto risco de quedas. Confira se os postes laterais são revestidos de material macio para que a criança não bata a cabeça. Foto: Getty Images

Um estudo realizado pela ONG Criança Segura em cinco hospitais públicos de São Paulo também aponta a queda – seja de brinquedos de parquinho, laje ou escada – como responsável por 48% das lesões em crianças de até 14 anos. O levantamento, feito em 2012 com 916 pacientes, constatou ainda perigo com relação a acidentes esportivos e com bicicletas (que originaram 10% das ocorrências). “Não diria que existem brincadeiras perigosas, mas, sim, ambientes inadequados. Cair, machucar e sentir dor fazem parte do desenvolvimento infantil, mas é preciso oferecer segurança acima de tudo”, diz Alessandra Françoisa, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.

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No Brasil, afogamentos são a segunda maior causa de acidentes domésticos com crianças de até 10 anos, segundo o Ministério da Saúde 

Diversão é essencial

Proporcionar mais segurança aos pequenos nem sempre é tarefa fácil, mas é dever dos pais ficarem atentos, sem privá-los do divertimento tão essencial na infância. Uma das principais medidas é ter sempre um adulto por perto, supervisionando a brincadeira. Sendo assim, antes da criança entrar no escorregador, por exemplo, analise as condições gerais do parquinho. Quando for comprar um brinquedo, veja a indicação de faixa etária. Ao incentivar uma volta de bicicleta, ofereça equipamentos de segurança e um espaço adequado, sem movimentação de carros.

No entanto, se mesmo com todas as precauções a queda acontecer, é hora de ter cautela no socorro. Primeiro, verifique se a criança está respirando bem, se não está pálida, sonolenta, com náuseas ou tonturas. “Se ela não conseguir se levantar sozinha ou ficar inconsciente, não a retire do local, nem balance a cabeça, pois isso pode piorar ainda mais o trauma”, diz a pediatra Renata Waksman, que reuniu dicas importantes de prevenção de acidentes no livro “Crianças e Adolescentes em Segurança”, lançado no ano passado pela Sociedade Brasileira de Pediatra (editora Manole). Vale ressaltar que, nos casos mais graves, o recomendado é mesmo chamar a emergência.

Por Uol