Hemocentro de Brasília recebe doações de segunda a sábado, das 7h às 18h. Usuário do Facebook podem informar tipagem sanguínea para receber notificações; saiba como.

Por Luiza Garonce, G1 DF

Toninho Tavares/Agência Brasília

No Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado neste domingo (25), o Hemocentro de Brasília enfrenta leve baixa no estoque de sangue dos tipos AB-negativo e B-negativo.

A nível nacional, o Ministério da Saúde realiza campanha sobre a importância da doação regular. Segundo dados da pasta, 1,6% da população doa sangue – o equivale a cerca de 16 pessoas em um universo de 1 mil.

Apesar de parecer pequeno, o percentual vai além do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de que pelo menos 1% dos habitantes seja doador.

Estoque de sangue na Fundação Hemocentro de Brasília — Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

No entanto, em épocas do ano que precedem as férias escolares e os feriados nacionais, como o natal, o ano novo e o carnval, a tendência é que o número de doações caia. Veja abaixo o nível dos estoques no Hemocentro de Brasília, medido na última quinta (22):




Estoque de sangue do Hemocentro de Brasília em novembro de 2018 — Foto: Hemocentro/Reprodução


Doação de sangue na Fundação Hemocentro de Brasília — Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília


A doação é voluntária e, na rede pública do Distrito Federal, pode ser feita de segunda a sábado, das 7h às 18h. O hemocentro está localizado no Setor Médico Hospitalar Norte, próximo ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran).




Alarme para doar

Os jovens com entre 18 e 29 anos correspondem à 42% dos doadores de sangue no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Uma delas é a estudante universitária Paula Villela, de 23 anos.

Ela começou a doar sangue há dois anos e a primeira vez que fez o procedimento foi justamente no Dia Nacional do Doador de Sangue, em 2016.

Paula Villela, de 23 anos, doou sangue pela primeira vez em 2016, no Dia Nacional do Doador de Sangue — Foto: Paula Villela/Arquivo pessoal

"Depois da primeira vez, eu vi que era absurdamente fácil e não demandava muito tempo, em cinco minutinhos estava tudo resolvido."

"Descobrir que o meu sangue podia salvar até quatro vidas foi muito impactante. Passei a fazer sempre."

Desde então, ela agenda um alarme no celular para lembrá-la de fazer a próxima doação. "Toda vez eu que eu vou, a enfermeira me diz quando eu posso voltar. Aí, eu já marco na agenda pra não me esquecer."

Técnico separa amostras de sangue no Hemocentro de Brasília, no Distrito Federal — Foto: Gabriel Jabur/GDF/Divulgação

Ser uma doadora regular também ajudou Paula a melhorar a própria saúde. Na última vez que ela foi ao hemocentro, a doação foi recusada por conta de uma anemia – carência de glóbulos vermelhos saudáveis no sangue.

"Isso foi descoberto logo na triagem. A médica veio com o resultado, me passou um pedido de exame e já receitou um remédio."

Doador no Facebook

A partir de uma parceria do Ministério da Saúde com o Facebook, os usuários da mídia social podem cadastrar o tipo sanguíneo nas informações do perfil. O dado não é divulgado publicamente (apenas para quem quiser), mas serve para coletar e disseminar informações sobre os estoques de sangue no país.

Usuários do Facebook no Brasil podem inserir a tipagem sanguínea nas informações do perfil — Foto: Facebook/Reprodução

Desde maio deste ano, qualquer pessoa que insere o dado no cadastro pessoal passa a receber notificações quando os bancos de sangue próximos a ela realizam campanhas ou fazem chamados urgentes para reforço.

Somente em 2018, o Ministério da Saúde diz ter investido R$ 1,3 bilhão na rede de sangue e hemoderivados. Os recursos são destinados à estruturação da rede, à qualificação dos profissionais e ao fornecimento de medicamentos de alto custo.

Bolsa de sangue coletada na Fundação Hemocentro de Brasília — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

De acordo com a pasta, o Brasil é referência na América Latina, no Caribe e na África e, desde 2009, é citado como modelo em cooperações técnicas com mais de dez países. Honduras, El Salvador e República Dominicana são exemplos de parceiros em projetos para o fortalecimento da doação voluntária de sangue.

Quem pode doar?
Para doar sangue é preciso ter entre 16 e 69 anos e pesar, no mínimo, 50 quilos. Doadores com menos de 18 anos precisam de autorização do responsáveis. Na faixa etária dos 60 aos 69 anos, a doação só é permitida se a pessoa tiver feito o procedimento antes de completar 60 anos.

O estado de saúde também é levado em consideração. Pessoas anêmicas e excessivamente cansadas, por exeplo, não podem doar.

Doação de sangue na Fundação Hemocentro de Brasília — Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Também é imprescindível que os doadores não tenham ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à retirada do sangue e que, também, não estejam de jejum.

O máximo de doações permitidas por ano é de quatro para os homens e de três para as mulheres. O intervalo mínimo entre as doações, portanto, deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Fonte: G1