
Norma publicada em janeiro determina distribuição do produto, de forma gratuita, em escolas públicas e postos de saúde; GDF diz que não há prazo para regulamentar lei. Veja como ajudar quem precisa.
Por G1 DF e TV Globo
Campanhas realizadas por instituições sem fins lucrativos do Distrito Federal arrecadam absorventes para doação. Os produtos são distribuídos para mulheres de baixa renda, que não têm condições de comprar o produto para uso próprio e, muitas vezes, para as filhas.
Uma lei distrital, em vigor desde janeiro passado, determina que famílias em vulnerabilidade tenham acesso ao item de higiene em escolas públicas e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). No entanto, a regra é descumprida pelo governo. Questionada, a Secretaria de Saúde não informou um prazo para pôr em prática a norma (saiba mais abaixo).
Um dos projetos de doação de absorventes é organizado pelo Grupo Mulheres do Brasil. O grupo arrecada doações para moradoras da Estrutural. As contribuições podem ser feitas em quatro pontos de coleta, até 30 de junho:
Reactive Fisioterapia (das 8h às 18h): CLN 213 bloco A, subsolo salas 2 a 8 , Asa Norte
Clínica Ginesul (das 8h às 18h): SGAS 613/614, via l2 sul, Centro Médico Vitrium sala 8 , Asa Sul
Cartório JK (das 9h às 17h): CRS quadra 505 bloco C, lotes 1, 2 e 3 , Asa Sul
Dona Chica Café (das 9h as 18h): SHIS QI 5, conjunto 16 bloco K, loja 3 – Gilberto Salomão, Lago Sul
A Associação Despertar Sabedoria, no Sol Nascente, também arrecada absorventes para ajudar meninas da região. Interessados podem entrar em contato com a instituição, em qualquer época do ano, por meio do telefone (61) 98585-9130/3461-5611 ou nas redes sociais.
‘Tem que pedir emprestado’
Jovem moradora do DF fala sobre dificuldade no acesso a absorventes
Bruna Mourão, uma das meninas que recebe auxílio da Associação Despertar Sabedoria, conta como é o acesso ao absorvente mensalmente em casa, quando não tem doação. “Na maioria das vezes, tem que pegar emprestado. E quando falta mesmo, não tem dinheiro, tem que usar papel higiênico”, diz ela.
Há 20 anos, a associação presta reforço escolar para jovens que moram em Sol Nascente. Margarida da Silva, fundadora da instituição, conta o que acompanha junto às famílias.
“Eu, como educadora social, fazia esse apanhado e percebia a falta nas aulas, porque ela [a aluna] estava no ciclo menstrual e ficava em casa naquele tempo”, diz Margarida.
Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 713 mil meninas brasileiras vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

Bem Estar absorvente — Foto: Mariana Garcia/G1
É com base em dados como esse que uma lei publicada em janeiro passado prevê a distribuição de absorventes na rede pública de ensino, assim como nas UBSs. Mas após quase cinco meses, a Secretaria de Saúde diz que “o planejamento para execução do projeto envolve uma ampla definição de público a ser contemplado. Isso está sendo feito ao mesmo tempo em que envolverá atuações em parcerias com outras áreas, como de Desenvolvimento Social e Educação”, aponta a pasta, sem dar prazos.
*Com adptações
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