Iniciativa planeja levar água e saneamento básico para 18 municípios do Cariri Ocidental, na Paraíba

Projeto Mulheres: Saúde Ambiental e Saneamento Rural é lançado em Brasília na presença da ministra Cristiane Britto (Foto: Hilton Silva / MMFDH).

Foi lançado na manhã desta segunda-feira (12), em Brasília, o projeto Mulheres: Saúde Ambiental e Saneamento Rural – Transformando a vida das Marias, que tem como objetivo implementar estratégias de integração de gênero em políticas e práticas relacionadas à água e ao saneamento em 18 comunidades rurais na área do Cariri Ocidental, na Paraíba. A titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Cristiane Britto, participou da apresentação e sinalizou apoio à iniciativa do Ministério da Saúde, que será executada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e pela Organização de Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI).

Com implementação ainda a ser definida, o projeto será realizado em três etapas: a primeira coletará dados relacionados a gênero no setor de saneamento básico; na segunda fase serão oferecidos treinamentos para líderes do setor de água e de saneamento de todo o Brasil, com o objetivo de conscientizar para as necessidades das mulheres no acesso à água; na terceira onda, serão realizadas capacitações com representantes da sociedade civil dos municípios e das comunidades rurais do Cariri sobre fossas ecológicas, reúso de água, manejo de resíduos sólido e acesso à água e ao microcrédito.

A ministra lembrou que somente há 12 anos a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o acesso à água potável e ao saneamento básico como um direito humano. Para ela, o projeto Mulheres: Saúde Ambiental e Saneamento Rural vem ao encontro desse propósito. “Muita gente não sabe a dimensão do que é não ter água à disposição. Você não sabe como vai fazer para trabalhar, ir à escola, cuidar de alguém doente em casa. Esse projeto leva o nome de Maria e isso representa muito. 45% das famílias são chefiadas por mulheres. Quem carrega a lata na cabeça somos nós, mulheres”, afirmou a gestora Cristiane Britto.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou a importância da água para a sobrevivência humana. “É inconcebível que em pleno século 21 as pessoas não tenham acesso à água tratada em um país como o Brasil, uma das maiores economias do mundo. A iniciativa vai dar o protagonismo merecido para as mulheres moradoras de áreas de vulnerabilidade, sobretudo do Norte e do Nordeste do Brasil. O foco está nas mulheres porque elas têm um papel fundamental nessas regiões”, defende.

Também marcaram presença no lançamento representantes da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), do Saneamento e Água para Todos (SWA), da prefeitura de Sumé (PB) e o presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Cariri Ocidental (CISCO).

A água e o impacto na saúde das mulheres

Dados de 2019 do Sistema Único de Saúde (DataSUS) registram que 273 mil internações nos hospitais da rede pública aconteceram em razão de doenças causadas por água não tratada ou contaminada. Do total, 141 mil (51,6%) eram mulheres e 132 mil eram homens (48,4%). O acesso pleno ao saneamento pode reduzir em 63,4% a incidência de doenças ginecológicas na população feminina com idade entre 12 e 55 anos.

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