Foto: Agência Brasília


Levantamento ouviu 25 mil pessoas que atravessaram 16 passagens subterrâneas e do metrô; mulheres são 54% do público.


Uma pesquisa sobre a travessia nas passagens subterrâneas do Eixão, em Brasília, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) revela que as mulheres são a maioria dos pedestres a transitar pela região. Nenhuma delas relatou ter sofrido qualquer tipo de violência no local. De acordo com o levantamento, cerca de 25 mil pessoas utilizaram as passagens entre novembro e dezembro de 2021.


O estudo mostrou que 94% das pessoas atravessam o Eixão pelas passagens subterrâneas. Entre elas, cerca de 54% são mulheres e 44%, homens. A maioria dos pedestres costuma atravessar os locais sozinho. Foram analisadas 16 passagens subterrâneas avulsas e seis passagens pelo Metrô-DF.


Nas estações de metrô, 95% das pessoas disseram nunca ter vivenciado situações de violência ou outras questões de segurança. Entre os 5% que relataram ocorrências, foram sinalizados furtos, roubos, importunação sexual e problemas de acessibilidade. As seis estações do metrô concentram grande parte da circulação nas travessias. Dos 25 mil usuários, 13.410 costumam atravessar pelos locais.


No entanto, os dados mudam quando levam em consideração as travessias nas passagens avulsas. Cerca de 78% dos entrevistados disseram não ter presenciado situações de perigo, mas 21% relataram roubos, sujeira, uso de drogas, importunação sexual, falta de iluminação e sensação de insegurança. A pesquisa também foi realizada somente até às 19h, sem a análise do fluxo de pedestres no período noturno.


De acordo com presidente do IPEDF, Manoel Barros, o estudo mostra como a população do DF lida com seus espaços públicos. “A maior importância foi entender quem usa essas travessias e o motivo para transitar. Vamos analisar questões para manutenção e melhoria desses espaços, para tornar-se um ambiente de uso mais efetivo pela população”, afirmou.


Segundo o levantamento, a movimentação na Asa Sul é maior do que na Asa Norte. A travessia mais utilizada é a do Setor Hospitalar e Bancário Sul, concentrando mais de 20% de todo o movimento.


A travessia de pedestres pela pista pode ser perigosa. Nesta terça-feira (18), um homem de 35 anos morreu após ser atropelado enquanto atravessava o Eixinho na 207 Sul, sentido Rodoviária do Plano Piloto. Ele foi atendido pelos bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos.