Governo do Distrito Federal destinou R$ 700 mil para a construção da unidade. Espaço deverá atender cerca de 6 mil pacientes.

Por Letícia Carvalho, G1 DF

Fachada da farmácia de alto custo da Asa Sul (Foto: Caio Renan Cerqueira/TV Globo)

O governo do Distrito Federal prometeu inaugurar no fim deste mês uma Farmácia de Alto Custo no Gama. O espaço distribui gratuitamente medicamentos para doenças crônicas, como mal de Parkinson, Alzheimer e câncer. Esta unidade será a terceira da capital e atenderá cerca de 6 mil usuários, que moram na região administrativa e em cidades próximas como Santa Maria, Riacho Fundo I e II e Recanto das Emas.

De acordo com o GDF, para a construção da farmácia no Gama foram destinados R$ 700 mil. A obra não contou com repasse de verba federal, conforme indicou a Secretaria de Saúde.

Em nota, a pasta disse que a implementação desse núcleo é “uma alternativa para humanizar o atendimento e ampliar o acesso à população aos medicamentos, gerando comodidade no deslocamento dos usuários residentes na regional contemplada e celeridade na execução dos trâmites administrativos”.

Na semana passada, o governador Rodrigo Rollemberg afirmou, em um vídeo sobre os mil dias de gestão divulgado nas redes sociais, que a construção da farmácia vai ajudar a desafogar as filas nas unidades da estação da 102 Sul e de Ceilândia.

“O governo reconhece os problemas da saúde. É nosso calcanhar de Aquiles (...) Mas essa situação vai melhorar."

Demora e falta de estoque

Pacientes que dependem dos medicamentos ofertados reclamam que levam horas para serem atendidos e que, muitas vezes, não conseguem pegar os remédios. A dona de casa Lilian Campos tem psoríase – doença de pele crônica que provoca manchas vermelhas – e, desde outubro do ano passado, não encontra a medicação que precisa nas prateleiras da farmácia de alto custo de Ceilândia.

“Uso a Acitretina de 25 miligramas há três anos, mas ela está em falta. Vou toda semana na farmácia e volto sem o remédio. Como agora estou sem a medicação, as lesões estão voltando”, disse Lilian.

Segundo Lilian, os funcionários não indicaram um prazo para a reposição do medicamento. Sem condições financeiras para comprar o remédio, ela tem feito um tratamento paliativo no Hospital Universitário de Brasília.
Nesta terça-feira (3), a dona de casa foi mais uma vez à unidade, mas recebeu a informação de que havia chegado apenas a Acitretina de 10 miligramas.

Vistoria do Ministério Público

O Ministério Público do DF fez uma inspeção nesta terça-feira (3) na farmácia de alto custo da estação do Metrô da 102 Sul, após denúncias de mau atendimento e falta de remédio. Em poucas horas de fiscalização, a operação "Custo Alto" verificou que havia medicamentos vencidos desde 2013.

O MP também constatou que eram oferecidas informações desencontradas. A uma mulher, por exemplo, foi dito que não havia um determinado remédio para tratamento de um tumor na hipófise da filha dela, sendo que foram encontradas seis caixas no estoque. Ela precisava de 22.

A ação faz parte das investigações em meio a um inquérito civil público aberto para apurar irregularidades no serviço. A vistoria é realizada pela 4ª Promotoria de Defesa da Saúde.

Atendimento
O atendimento inicial para cadastramento de usuário é feito, exclusivamente, por meio de agendamento pelo Disque Saúde 160, opção 3 para usuários residentes no DF e 0800 644 0160 para usuários não residentes no DF.

Para retirar o medicamento nas unidades é preciso apresentar documento de identificação com foto e receita original. Para medicamentos termossensíveis, é preciso levar um recipiente térmico com gelo.

A renovação do cadastro deve ser feita a cada três meses. O paciente poderá designar representantes para realizar a renovação e retirar o medicamento. É necessário apresentar declaração autorizadora anexada às cópias dos documentos pessoais da pessoa designada.