Que a política brasileira é um jogo de tabuleiros, todos sabem. Diante de uma enxurrada de denúncias e de conteúdos explosivos que fragilizaram a Corte Real e caciques de grandes partidos. O tabuleiro eleitoral que em breve se iniciará tende a ser emocionante e repleto de surpresas. 

Para começar, a aposta dos melhores lances tende a ser da escolha de novos representantes, chamados “outsiders” – que são pessoas que não tem uma ligação direta com a política ou uma visão menos pragmática, ganham força perante o eleitor, e são peças essenciais para proporcionar o fôlego que o povo brasileiro precisa. 

Na política, não é um tudo ou nada. É um jogo com pequenas vitórias e pequenas conquistas, com resultado de médio e longo prazo. E esses novos rostos que farão parte da política brasileira, não podem ter em seu DNA, rastro de moléculas que fazem liga de parentes, amigos e correligionários. 

Se isso for concretizado, farão parte do mesmo jogo que atualmente está em vigor, um Congresso Nacional arraigado de políticos eleitos para trazer a “renovação”, mas cuja prática configura a velha política. São congressistas que comungam a corrupção e salvam seus pares, por meio de balcão de negócios, sejam por meio de liberação de emendas para atender interesses particulares ou de indicação de nomes para ocupar cargos no Executivo, em detrimento do interesse público.

Diante da corrupção que amarga o Brasil, a sociedade exige respostas rápidas. Essa nação precisa avançar, especialmente nos setores considerados o coração do País, como: saúde, educação, infraestrutura e mobilidade urbana, e que podem atrair investimentos do mercado externo e garantir o tão esperado crescimento econômico que esta nação precisa.

Mas essa maratona será tensa e intensa. O clima político está no estilo salve-se quem puder, e com tamanho descrédito, o candidato que o povo quer não basta que seja magnata, socialista, republicano ou até mesmo humorista. O povo precisa de representantes com capacidade de liderança, boa gestão e de governança, com novas ideias e propostas. Nossa gente deve recusar a escolha de parlamentares que não represente os interesses dela. 

Para que possa organizar a casa e colocar o nosso país nos trilhos. Nossa gente precisa de novos rostos para oxigenar a política brasileira. O Brasil tem pressa para crescer, não apenas no âmbito governista, mas na questão social, de modo sustentável, seguro, moderno, inteligente e eficiente. Somente através da boa e nova política poderemos mudar a política.

Rócio Barreto é cientista político e sociólogo pela Universidade de Brasília. Especialista em Democracia Participativa e Negociação Coletiva. Colabora cotidianamente em entrevistas, debates, comentários para TV, rádios, jornais, revistas e outras mídias, sobre: conjuntura política nacional e local, análise política, comportamento e sociedade. Criador e apresentador do programa Painel da Cidadania.