Governo prometeu respostas até a próxima terça (8)

Para tentar pôr fim à greve – que já passa dos 60 dias – dos servidores da carreira de Assistência Social, a Câmara Legislativa realizou, nesta quinta-feira (3), reunião pública que contou com a participação da categoria, de representantes de órgãos governamentais e de usuários do sistema. Foi a segunda tentativa de encontrar uma solução para o impasse. Na semana passada, uma comissão geral tratou desse assunto, mas na ocasião não foi possível chegar um acordo.

Desta vez, ficou acertado que serão enviadas à CLDF, até a próxima terça-feira (8), as respostas do governo às reivindicações dos servidores, contendo os prazos para que sejam concretizadas. Entre outras demandas, os assistentes sociais pedem a realização de concurso público, pagamento de parcela de reajuste salarial e a regularização de escala de 24 horas de trabalho por 72 horas de folga. Além disso, o GDF fará uma consulta sobre a possibilidade de uma mediação judicial e sobre o pedido de decretação da ilegalidade da paralisação.

Negociação – A discussão ocorreu no plenário, onde o presidente da Casa, deputado Joe Valle (PDT), observou que "mediar é dialogar" e defendeu "um mínimo de entendimento para efetivarmos uma negociação". Por sua vez, o deputado Chico Vigilante (PT), valendo-se de sua experiência em conflitos dessa natureza, solicitou que os representantes do governo fossem mais claros em suas proposições.

Claudio Abrantes (PDT) chamou a atenção para os prejuízos à população, especialmente a de baixa renda, e o deputado Ricardo Vale (PT) prestou solidariedade aos grevistas e anunciou que iria se unir aos colegas parlamentares em busca de uma solução para o problema.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Assistência Social, Clayton Avelar, ratificou o que já havia declarado na reunião anterior: "A greve foi iniciada por falta de opção, por descumprimento do acordo firmado com o GDF". Ele acrescentou que do governador Rodrigo Rollemberg, com quem se reuniu, "só se ouviu não".

Usuários – Representantes dos usuários também relataram as dificuldades que estão encontrando para serem atendidos, por exemplo, em unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que tem funcionado com o mínimo de pessoal exigido legalmente, segundo o presidente do sindicato. Josefa Valentino, usuária do Cras-Gama, afirmou que é preciso garantir os direitos. "Não estamos pedindo esmola", declarou.

O governo esteve representado por dirigentes da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh); da Casa Civil; da Secretaria de Planejamento (Seplag), e da Secretaria de Fazenda. A secretária adjunta de Fazenda, Márcia Robalinho, observou que, apesar de uma melhora nas finanças, ainda não há condições de atender a reivindicação salarial da categoria. Posição reforçada pela subsecretária de Gestão de Pessoas da Seplag, Simone Gama: "Tudo em que pudemos avançar, avançamos. Mas, a pauta financeira não temos como atender".

Fonte: CLDF
Foto: Carlos Gandra/CLDF