Renata Rangel irá receber um transplante de medula (Lucas Móbille/Jornal de Brasília)

Renata Rangel irá realizar um transplante de medula óssea na Tailândia. Valor arrecadado vai cobrir os custos do tratamento
As lágrimas que escorriam no rosto de Renata Miranda Rangel de 37 anos estampavam a felicidade da corredora e professora de educação Física, que hoje sonha em voltar a fazer o que mais ama na vida. A corrida 100% beneficente foi organizada por familiares e amigos de Renata para arrecadar R$ 200 mil, para que a educadora faça um transplante de medula óssea na Tailândia e possa arcar com os custos do tratamento. Na manhã deste domingo (5), milhares de atletas participaram do evento que aconteceu no estacionamento quatro do Parque da cidade. Segundo a organização, cerca de 5 mil pessoas estiveram presentes para prestar apoio à corredora.

De acordo com a organização, essa foi a primeira corrida realizada no Distrito Federal sem nenhum custo, totalmente patrocinada. “É uma felicidade imensa poder ver todo o apoio que tivemos das empresas da capital, foi tudo como sonhamos. O patrocínio das empresas foi primordial para podermos fazer um evento como esse”, afirma Rodrigo Rangel, marido de Renata.

A professora de educação física, perdeu os movimentos após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, em fevereiro de 2015, devido ao uso de anticoncepcionais. Ela ficou 81 dias internada na UTI e os médicos acreditavam em apenas 10% de chance de sobrevivência. Para Rodrigo, a negligência médica contribuiu para que o quadro se agravasse. Mas a esposa superou as expectativas e surpreendeu a todos. E para quem não iria mexer nada, hoje ela consegue se comunicar com a família por leitura labial, já tem alguns movimentos voluntários dos membros superiores e inferiores. E todos os dias faz o tratamento de fisioterapia.Edna Maria da Penha com o sobrinho durante o evento (Lucas Móbille/Jornal de Brasília)

A aposentada Edna Maria da Penha, 54 anos, cadeirante, perdeu os movimentos das pernas depois de uma injeção para paralisia infantil aplicada errada quando ela tinha 3 anos de idade, no qual a negligência médica contribuiu. Com a ajuda da família, ela participou de sua primeira corrida e conta a felicidade de prestar o apoio para causa. “Não tenho palavras para descrever tamanha é a felicidade que estou sentindo. Ajudar o próximo é muito bom, ainda mais uma pessoa como a Renata”, relata.

Sabe aquela palavra, desistir? Então, ela não faz parte dessa família. Eles têm fé em dias melhores, E se quem acredita sempre alcança, os sonhos de Renata estão mais perto ainda. O objetivo era arrecadar R$ 200 mil e a meta foi alcançada. Agora é arrumar as malas e ir rumo à Tailândia dar início ao tratamento e esperar essa corredora voltar a correr pelas ruas da capital. E para a família, uma palavra resume tudo isso: “Gratidão”.Lucas Móbille/Jornal de Brasília

“Se não puder fazer tudo, faça tudo que puder”. Renata Rangel