Câncer de mama é segunda causa de morte no país.

A importância da prevenção e detecção do câncer de mama foi enfatizada pelos participantes da sessão solene em homenagem ao movimento Outubro Rosa na manhã desta terça-feira (30) em plenário. As autoras da proposta, deputadas Celina Leão (PP) e Telma Rufino (PROS), destacaram a data celebrada anualmente, desde a década de 1990, para conscientizar sobre a doença, compartilhar informações e contribuir para a redução da mortalidade.

"Levar informação aos pacientes de forma simples e concreta" é uma das principais ações da campanha, segundo a médica oncologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) e do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Ludmila Thommen. Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é este atendimento que "tem feito a diferença na vida de muitas mulheres", declarou a oncologista. A médica lembrou ainda o trabalho em prol da autoestima das pacientes, realizado pelo Clube da Mama do HRT. Aplaudida em plenário, ela agradeceu "às mulheres guerreiras que deram um outro significado às próprias vidas".

Também defendeu a qualidade do tratamento feito pelo SUS a coordenadora da área do Câncer de Mama do HUB, Jucileia Souza. No entanto, a médica alertou que a mortalidade vai duplicar nos próximos vinte anos porque o País "não está dando conta de lidar com a realidade" da doença. Nesse sentido, ela enumerou diversos problemas que precisam ser superados, como a falta de capacitação dos profissionais que estão na ponta e o tempo de espera para a continuidade dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia. A fim de estipular um tempo máximo de espera pelo tratamento, a Defensoria Pública do DF entrou com ação civil pública em outubro do ano passado, de acordo com a defensora pública-geral do DF, Maria José Souza di Napolis. "A nossa constituição prevê o direito à saúde, mas não é o que vemos", argumentou.

Superação – Ao declarar que teve câncer de mama, a presidente do Conselho de Mulheres Cristãs, Patrícia Oliver, disse que "emociona ver mulheres cuidando de mulheres e mulheres que lutam por mulheres", a exemplo das médicas, enfermeiras e parlamentares presentes. Também curada da enfermidade, a representante da Associação Amigas do Peito, Cristiane Cardoso Moreno, pediu às parlamentares que lutem para que a construção do Hospital do Câncer seja prioridade no DF. Ela citou que a cada ano ocorrem cerca de 509 mil casos de câncer de mama, sendo que este tipo é a segunda causa de mortalidade de câncer no País. 

A coordenadora do Outubro Rosa do Grupo Mulheres do Brasil, Elisa Kovalski, por sua vez, destacou que o foco da associação é a empregabilidade da mulher com câncer de mama. O grupo, que começou no DF, hoje tem cerca de vinte mil integrantes no Brasil, além de núcleos fora do País. "A mulher pode voltar à atividade laboral" defendeu ela, ao lembrar que uma das ações do grupo, neste mês, foi a caminhada no Parque da Cidade a fim de chamar a atenção para a necessidade da prática de exercícios e alimentação saudável como auxiliares na prevenção contra a doença. Já o custeio dos exames e dos medicamentos é o foco da Associação Brasileira de Apoio à Pessoa com Câncer (ABRAPEC), segundo a representante da entidade, Maria Dionísio Maciel.

Essas associações formam uma rede de atendimento que ampara e acolhe a mulher diagnosticada com câncer de mama, de acordo com a deputada Celina Leão, que, junto com a deputada Telma Rufino, concedeu moções de louvor a participantes do evento. Ainda durante a solenidade foram sorteadas tatuagens de mama.

Franci Moraes 
Fotos: Rinaldo Moreli/CLDF
Comunicação Social - Câmara Legislativa