Futuro secretário disse que queria implementar 'salas de monitoramento'. Projeto foi questionado por entidades que representam médicos.

Por G1 DF

Fachada do Instituto Hospital de Base do DF — Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O governo eleito para o Distrito Federal, capitaneado por Ibaneis Rocha (MDB), informou nesta terça-feira (4) que não planeja colocar câmeras na área interna de hospitais e Unidades de Pronto de Atendimento (UPAs) do Distrito Federal.

O anúncio foi feito um dia após o futuro secretário de Saúde, Osnei Okumoto, ter dito que estudava implementar salas de monitoramento nas unidades (entenda abaixo). Agora, a gestão Ibaneis diz que pretende apenas montar painéis com informações de atendimento.

As afirmações de Okumoto causaram desconforto nas entidades que representam os servidores, e o Sindicato dos Médicos divulgou uma nota repudiando as declarações divulgadas pela imprensa sobre a proposta do futuro secretário de Saúde.

“Em apenas dois dias de entrevistas, os veículos de comunicação já noticiam a criação de sistema de vigilância de produtividade dos médicos e demais servidores da Saúde com equipamento de vídeo – o que fere a intimidade do paciente e o sigilo profissional”, indicou o comunicado.

Nesta quarta-feira (5), o governo Ibaneis deve se reunir com representantes dos sindicatos para debater o tema.

Busca por transparência


O futuro chefe da Secretaria de Saúde, Osnei Okumoto — Foto: Renato Alves/Governo de Transição

Na segunda, Okumoto afirmou à imprensa que o foco do trabalho à frente da Secretaria de Saúde seria a "transparência". Para isso, uma das medidas seria a instalação de câmeras para verificar o devido cumprimento das escalas de servidores, e os atendimentos durante a jornada de trabalho.

“Essas salas têm de oito a dez telas, que podem mudar de ambiente, e a gente consegue monitorar todos os pacientes que estão internados, todos os médicos que estão atendendo, o pronto atendimento desses hospitais e também o controle dos insumos que estão disponíveis para os pacientes", afirmou Okumoto à imprensa.

O gestor indicou ainda que a compra de medicamentos e equipamentos ficariam disponíveis à população e os profissionais da rede pública seriam monitorados por meio da internet.

"A gente quer uma transparência em tudo, não só na questão das compras, mas também de quem está trabalhando. Todos os dados, toda produtividade do servidor será analisada e exposta. Temos como fazer esse monitoramento e disponibilizar para população."