Ao todo, 3.008 estudantes especiais são atendidos atualmente no Distrito Federal. A previsão é de abertura de outras quatro turmas e de uma unidade inédita na Estrutural
Agência Brasilia

Educadora física estimula o desenvolvimento de criança especial. Foto: Lúcio Bernardo Júnior/Agência Brasília

Não é sobre deficiência, é sobre os talentos que muitas vezes se escondem por trás dela. Esse é o objetivo do programa Educação Precoce, uma iniciativa do GDF (Secretaria de Educação) que trabalha para mostrar que crianças especiais precisam ser incluídas e ter suas habilidades estimuladas e potencializadas. Ao todo, 3.008 estudantes especiais são atendidos hoje em 19 unidades de todo o Distrito Federal. A previsão é de abertura de outras quatro turmas e, também, de uma unidade inédita na Estrutural.

O Educação Precoce já existe há mais de 30 anos. Na atual gestão o programa terá uma atenção especial após a implantação de uma Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral que vai estabelecer ainda mais o espaço da criança com deficiência na sociedade.

O público-alvo do programa é formado por recém-nascidos de zero a três anos e 29 dias com deficiências físicas e intelectuais, hipótese de transtorno de espectro autista; bebês considerados de risco (que tiveram algum problema no pré-natal ou no momento perinatal); e crianças com indícios de talentos (superdotação/altas habilidades) que precisam de estimulo para se desenvolver de forma adequada. Além disso, o Educação Precoce oferece amparo às famílias e auxilia durante todo o processo de tratamento da criança.

Existe, ainda, uma parceria com a Secretaria de Saúde em que o médico que já acompanha o paciente emite informações por meio de um relatório e o grupo de educação precoce se subsidia dos conhecimentos clínicos. A partir deste ponto, os profissionais dão andamento a estimulação com as crianças.

Resultados
A Subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Lúcia Ribeiro Barros, celebra o os resultados do programa. “O pai começa a perceber que o seu filho é capaz de fazer coisas maravilhosas e que também vai ter todas as oportunidades. Esse é um ganho importante na política nacional de educação. É por isso que a gente quer promover grandes mudanças e fazer ainda mais”, afirma.

Não existe um período específico para o ingresso da criança no programa. O pequeno Bernardo, por exemplo, portador de encefalopatia (paralisia cerebral), iniciou seu tratamento aos seis meses de idade, quando a mãe Juliana Gomes, 22 anos, soube do trabalho do Educação Precoce em Samambaia, cidade em que moram. A deficiência de Bernardo veio de um erro médico no momento do parto.

“Foi difícil aceitar a situação, até que descobrimos a Educação Precoce. Eu não sabia que em Samambaia existia uma escola tão boa e amorosa com as crianças. Desde que meu filho entrou aqui, com seis meses de idade, a melhora no quadro foi significativa. Nós não tínhamos muita esperança dele segurar o pescoço, pois a lesão no cérebro foi muito grave. Hoje ele segura o pescoço, interage, acompanha com o olhar as pessoas que ele conhece, sorri…”, diz a mãe.

Na unidade de Samambaia são atendidos 176 alunos em um total de dez turmas. Os atendimentos são feitos de segunda a sexta-feira em horário matutino e vespertino. As crianças com até dois anos de idade têm aulas duas vezes por semana. Já os alunos com três anos frequentam o programa três vezes na semana.