A hipertensão, comumente conhecida como pressão alta, é uma inimiga silenciosa considerada uma das formas mais prevalentes de doenças cardiovasculares e um problema de saúde pública no Brasil. A pressão alta acomete até 44% da população adulta, possuindo também considerável prevalência em crianças e adolescentes. 

A hipertensão está ligada a alguns fatores como o aumento do peso corporal, o consumo de bebidas alcoólicas, o estresse e o sedentarismo. Na maioria dos casos a hipertensão se manifesta de maneira silenciosa, e quando não é tratada pode levar a complicações que atingem o sistema cardiovascular, renal e nervoso, ainda pode acarretar aumento do coração, podendo levar à insuficiência cardíaca; produzir a formação de pequenas ampolas (aneurismas) nos vasos cerebrais, aumentando o risco de acidente vascular cerebral; pode provocar o estreitamento dos vasos sanguíneos dos rins, levando em muitos casos a insuficiência renal; e provoca um “endurecimento” mais rápido das artérias do organismo, provocando muitas vezes ataques cardíacos ou lesões arteriais em outros órgãos do organismo.

Há duas formas básicas de tratamento para a pressão alta: a medicamentosa e a não medicamentosa. O tratamento à base de remédios visa diminuir as complicações geradas pela doença e evitar a mortalidade dos pacientes hipertensos. Já o tratamento não medicamentoso, além de proporcionar, na maioria dos casos, os mesmos benefícios gerados pelos medicamentos, promove a melhora da qualidade de vida, evitando as principais complicações da doença devido às mudanças que ocorrem nos sistemas cardiovascular, endócrino, psicológico e físico.

A prevenção e o tratamento da hipertensão através de intervenções não medicamentosas vêm conquistando vários adeptos, médicos e pacientes, estão utilizando esta estratégia terapêutica com mais freqüência, desfrutando dos seus benefícios a médio e longo prazo.

A realização regular de atividades físicas reduz a pressão arterial tanto de indivíduos que já tem a pressão alta, quanto daqueles que ainda não tem a doença, mas que têm um risco elevado de desenvolvê-la. É interessante observar que com a prática física regular, a pressão arterial diminui não só em repouso, mas também quando a pessoa está realizando suas atividades diárias e quando sofre uma situação estressante.

A realização regular de atividades físicas também: 

1) diminui a gordura corporal e a gordura no abdômen, ajudando a emagrecer; 

2) reduz o colesterol e os triglicérides, melhorando o chamado perfil lipídico; 

3) diminui a glicemia, ou seja, o açúcar no sangue, ajudando a prevenir e controlar o diabetes. 

A prática de atividades físicas melhora ainda a qualidade do sono e ajuda a combater o estresse. Como todos estes fatores costumam estar alterados em quem tem pressão alta, aumentando o risco de ocorrer eventos cardiovasculares, como um infarto ou um derrame, a prática regular de atividades física ao diminuir esses fatores, diminui a chance de ocorrência desses eventos nos hipertensos.

Desta forma, atividades aeróbicas como caminhar, correr, pedalar e nadar são essenciais para hipertensos. Quando se inicia uma atividade, há liberação de hormônios que fazem com que ácidos graxos (gordura) se quebrem e virem energia. Durante o exercício o organismo produz outro hormônio, a acetilcolina, que por sua vez provoca vasodilatação, ou seja, um simples aumento no diâmetro das artérias, deixando-as maiores e mais flexíveis. Com o tempo as mesmas artérias acabam adquirindo um diâmetro maior e mais elasticidade.

Uma das grandes vantagens do treino aeróbico é o retorno venoso, o sangue precisa voltar para o coração e faz isso pela contração muscular: você contrai um músculo e o sangue vai subindo pelas veias até o coração, o que proporciona mais sangue para o mesmo, que por sua vez acaba crescendo e ficando mais forte, com o passar dos treinos, o coração passa a bater menos jogando mais sangue para o corpo,com isso você terá um coração mais forte que joga mais sangue com uma artéria maior e mais flexível, menos gordura entre as paredes e o resultado é a diminuição da pressão arterial.

Diversos estudos mostram que treinos de musculação podem ser ótimos para hipertensos, já que depois do exercício o músculo relaxa facilitando a passagem sanguínea e a pressão cai bruscamente. Essa “hipotensão” em hipertensos se mantém por horas após o treino, sem falar no ganho de força e resistência muscular, que são ideais para treinos aeróbicos. Deve-se tomar alguns cuidados com os exercícios resistidos:

– Não faça apneia: não segure a respiração durante os exercícios;

– Posição: dê preferência para exercícios inclinados, deitados ou declinados, isso facilita o retorno venoso;

– Vários músculos: faça exercícios que trabalhem vários grupos musculares;

– Freqüência: pelo menos 3 vezes por semana com tempo de 20 a 60 minutos;

– Tipos de treinos: evite treinos drop set, circuito, bi-set, entre outros. Principalmente para iniciantes;

– Medicação: se estiver tomando medicamento avise seu médico e seu professor.

Durante a realização de atividades físicas, os indivíduos devem estar acompanhados, por um profissional qualificado, e realizar as mesmas com intensidade leve a moderada.





Procure SEMPRE um profissional qualificado. Saúde é coisa séria.