Baseada em cinco eixos, iniciativa visa à proteção integral por meio da articulação de políticas públicas.

O Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e de Adolescentes do Distrito Federal foi apresentado na manhã desta terça-feira (9) na Casa de Ismael (913 Norte). Baseada em cinco eixos, a iniciativa segue determinação nacional para que cada unidade federativa apresente a sua versão.

O evento de hoje serviu para expor os resultados construídos ao longo do processo e receber mais contribuições para o documento.

Os eixos do plano são:
Promoção dos direitos
Proteção e defesa dos direitos
Participação de crianças e adolescentes
Controle social da efetivação dos direitos
Gestão da política

Idealizadora do Criança Candanga, programa local voltado à garantia dos direitos da infância e da adolescência, a colaboradora do governo de Brasília Márcia Rollemberg destacou a necessidade de uma política integrada.

“O plano decenal é um marco importante e um compromisso de todos. O Brasil precisa abraçar a sua capacidade de realização, pois é um país que vive epidemia de violência”, disse Márcia.
O que é o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e de Adolescentes

Aprovado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente em 2011, o Plano Decenal deve assegurar proteção integral a crianças e adolescentes com base na articulação de diversas políticas públicas.Apresentação do Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e de Adolescentes do Distrito Federal ocorreu na manhã desta terça-feira (9). Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

“Esse plano vai nos orientar daqui para a frente. Acredito que vamos melhorar e aperfeiçoar essa política ao agir de forma integrada”, apontou o presidente do conselho e secretário adjunto de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Antônio Carlos Carvalho.

Como cada unidade da Federação tem suas particularidades, o governo federal determinou que estados e municípios formulem o seu próprio plano, baseado naquele desenvolvido pela União.

A subsecretária de Promoção de Políticas para Criança e Adolescente, Perla Ribeiro, apontou duas especificidades do Distrito Federal. “Somos a única unidade da Federação com uma secretaria da criança, ou seja, voltada para o assunto. Além disso, somos responsáveis por temas tanto de estado quanto de município”, disse.

No sistema socioeducativo, por exemplo, o município é responsável pelo regime de semiliberdade, e o estado, pelo de internação, exemplificou a subsecretária. No Distrito Federal, o governo toca os dois.

Para ela, o Plano Decenal do DF, que terá dez anos de duração a partir de seu lançamento oficial, precisa ser mais amplo. A subsecretária adiantou que a execução será monitorada e, enquanto estiver vigente, o plano passará por alterações.

Entre as metas já previstas nos eixos, citou Perla, estão a de promover campanhas que divulguem os direitos das crianças e dos adolescentes e a de traçar um perfil de gênero e raça da violência — a sexual é mais voltada para as meninas, e a mortalidade adolescente, mais concentrada em negros.
Elaboração do Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e de Adolescentes do DF

A comissão do governo de Brasília para implementar o plano foi instituída pelo Decreto nº 35.698, de 1º de agosto de 2014. A Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude e o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente ficaram responsáveis pela coordenação.

A elaboração de fato começou em 2016, nesta gestão. No processo, houve seminário, reuniões da comissão, oficinas abertas com a comunidade e consulta pública virtual.