Índice foi autorizado pela Adasa em 2018. Valor não foi repassado antes ao consumidor por causa do racionamento, diz Caesb.

Por G1 DF

Saiba como escolher o chuveiro elétrico certo para economizar energia e água — Foto: Pixabay/Divulgação

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) anunciou nesta sexta-feira (1º) que a tarifa de água será reajustada em2,99% a partir de 1º de abril. A inflação neste mesmo período ficou em 2,95%.

Segundo a Caesb, o aumento foi autorizado pela Adasa e deveria estar em vigor desde junho do ano passado. Por causa do racionamento e "do consequente desgaste para a população", diz a companhia, a Assembleia de Acionistas decidiu não aplicar o índice um ano atrás.

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Prejuízo com crise hídrica

Segundo o presidente da Caesb Fernando Leite, a empresa acumula um endividamento de mais de R$ 1 bilhão. As perdas financeiras, durante a crise hídrica, chegaram a R$ 100 milhões.

"A defasagem da tarifa provocou desequilíbrio nas contas da Empresa e a consequente redução na capacidade de investimento, essencial para manter e aperfeiçoar os serviços à população", explica a companhia.

Racionamento durou 513 dias
Barragem de Santa Maria, no DF, exibe 'assoalho' do tanque em meio à crise hídrica, em imagem de fevereiro de 2017 — Foto: Tony Winston/GDF

O racionamento de água no Distrito Federal começou em janeiro de 2017 e foi até 14 de junho de 2018. Em um primeiro momento, 1.631.549 moradores das regiões abastecidas pelo reservatório do Descoberto ficaram sem água durante 24 horas, a cada seis dias.

Pouco mais de um mês depois, as áreas que recebem água da bacia de Santa Maria também passaram a enfrentar o rodízio. Foram 557.820 pessoas que também tiveram que readaptar a rotina.

As frases “crise hídrica e “nível das barragens” ultrapassaram os limites dos informes da companhia e viraram assunto diário nas casas, escolas e até em conversas de bar.

Uma semana após o início do racionamento, o então presidente da Caesb Maurício Luduvice disse ao G1 que a medida permitiu à Caesb economizar "uma Ceilândia por dia". Segundo ele, a cada seis dias de restrição, o DF deixou de gastar 550 litros de água por segundo – o suficiente para abastecer uma população de 360 mil habitantes.

O número superou em quase 15% a expectativa inicial da Caesb, que estimava uma economia de 400 litros por segundo.

De acordo com Luduvice, o resultado foi possível graças aos cortes no fornecimento e também por causa dos moradores do Distrito Federal que passaram a economizar água.