Secretário garante que não faltam insumos para os atendimentos.

Em reunião com o secretário de saúde do DF, Osnei Okumoto, na tarde desta quarta-feira (11), vários deputados distritais cobraram explicações e maior transparência do governo sobre as condições de enfrentamento ao coronavírus. Uma das três preocupações apresentadas ao secretário, de acordo com o presidente da Câmara, deputado Rafael Prudente (MDB), foi a falta de explicações e esclarecimentos para a população do DF sobre medidas preventivas e condições de atendimento.

O secretário também foi questionado sobre a quantidade de equipamentos de proteção individual para servidores e pacientes e sobre o envolvimento da rede privada hospitalar nos esforços contra o problema. Ao final do encontro, o secretário Osnei Okumoto concedeu entrevista e garantiu que todos os protocolos recomendados estão sendo seguidos e que a rede de saúde está preparada para realizar os atendimentos necessários. "Não faltam insumos. Temos material suficiente para garantir os atendimentos e equipamentos de proteção individual para funcionários e pacientes", afirmou Okumoto. O secretário salientou que os dois casos confirmados na capital até o momento são oriundos de contaminação ocorrida na Itália e "até agora não houve transmissão no DF".

Sobre as condições de atendimento e isolamento, o secretário relatou que três deputados estiveram hoje pela manhã no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e puderam constatar que a situação está sob controle. De acordo com Okumoto, pessoas que tiveram contato com as duas pessoas contaminadas estão sendo monitoradas pela secretaria de saúde.

O presidente Rafael Prudente informou que o secretário se comprometeu a elaborar uma cartilha explicativa voltada à população sobre o coronavírus e aprimorar as estratégias de comunicação durante a crise. Prudente adiantou que a Câmara Legislativa participará do esforço de levar maiores esclarecimentos e acalmar a população. Segundo ele, de acordo com as explicações apresentadas na reunião de hoje, "não há motivos para pânico no momento". Também ficou acertado que o governo obrigará a rede hospitalar privada a oferecer atendimento para os casos suspeitos de contaminação.

A reunião aconteceu com portas fechadas numa sala reservada localizada próximo ao plenário da CLDF. Pelo menos 13 deputados distritais acompanharam os esclarecimentos apresentados pelo secretário de Saúde: Rafael Prudente, Robério Negreiros (PSD), Jorge Vianna (Podemos), João Cardoso (Avante), Arlete Sampaio (PT), Leandro Grass (Rede), Chico Vigilante (PT), Julia Lucy (Novo), Fábio Felix (Psol), Hermeto (MDB), Martins Machado (Republicanos), Reginaldo Sardinha (Avante) e Prof. Reginaldo Veras (PDT).

Sessão ordinária – No início da sessão ordinária desta quarta-feira, os deputados Leandro Grass (Rede) e Arlete Sampaio (PT) também se referiram à reunião dos distritais com a equipe da secretaria de Saúde. "Era importante ouvir sobre o que está sendo feito", comentou a parlamentar, que considerou o encontro "extremamente produtivo". Para ela, o importante, nesse momento, é evitar o pânico e o temor por meio de informação qualificada. "Além disso, é preciso exigir que a rede privada siga orientações do ministério da Saúde e preste atendimento. Pois temos de evitar que aqueles que têm plano de saúde venham a disputar leitos na rede pública", acrescentou.

Por sua vez, Grass também relatou visita ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), junto com outros deputados, na manhã de hoje. A unidade foi escolhida como referência para os casos de Covid-19. "Fomos ao HRAN conversar com os servidores, conhecer o espaço destinado a receber os pacientes e as condições do acolhimento", explicou. Na análise do deputado, os servidores estão fazendo o que tem de ser feito. "Porém, se houver ampliação do número de casos, é provável que tenhamos dificuldades em relação às UTIs e o governo precisa trabalhar com a hipótese de crise", alertou.

Luís Cláudio Alves e Marco Túlio Alencar
Fotos: Carlos Gandra/CLDF 
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa