Eles expõem a situação de vulnerabilidade pela qual passam os indígenas que vivem em Roraima e os constantes crimes de ódio e discriminação que sofrem.
Nelson Almeida/ AFP

Após o assassinato a tiros de uma mulher yanomami, em Boa Vista (RR), seguido da tentativa de homicídio a um homem da mesma etnia, no último dia 11, entidades ligadas aos direitos indígenas cobram providências urgentes das autoridades estaduais e federais.

Eles expõem a situação de vulnerabilidade pela qual passam os indígenas que vivem em Roraima e os constantes crimes de ódio e discriminação que sofrem.

O crime aconteceu por volta das 18h30, no bairro São Vicente. Segundo a Polícia Militar, testemunhas disseram que duas pessoas de bicicleta passaram pelo local atirando em direção a um grupo de aproximadamente 30 indígenas.

Ana Yanomami Xexana morreu no local. Um homem da mesma etnia também ficou ferido no ataque, foi encaminhado ao hospital. Ele não corre risco de morte.

O grupo estava acampado próximo a um ponto chamado Feira do Produtor e a polícia informa ter encontrado várias cápsulas de calibre 9 milímetros no local.

A Urihi Associação Yanomami publicou nota em que lamenta e repudia o crime e cobra as autoridades, especialmente a Funai, para que disponibilize locais adequados para indígenas que precisarem ir à cidade.

A nota aponta que o grupo atacado pertence à região de Ajarani, município de Caracaraí, que sofreu com o impacto da abertura da estrada Perimetral Norte,” levando à morte grande parte dos yanomamis”. O texto reforça que é dever do estado melhorar a situação que os indígenas se encontram.

A cobrança também é feita pela Hutukara Associação Yanomami, que destaca a situação de vulnerabilidade dos indígenas que passam pela cidade.

Segundo a entidade, a permanência deles em suas comunidades é dificultada pela falta de regularidade no atendimento do posto de saúde e do funcionamento da base de proteção etnoambiental no local.

“Em vez da discriminação e hostilização contra os indígenas pela sua presença, deveriam se preocupar em cuidar de escutar suas demandas e apoiá-los para que viajem em segurança à cidade e de volta a sua comunidade.”

Fonte: Jornal de Brasília