Fundação de Apoio à Pesquisa do DF investiu no equipamento que oferece até 99% de proteção contra vírus, como o da covid-19 e o da gripe influenza.

Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

O apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) foi fundamental durante ensaio clínico para desenvolver a tecnologia no projeto Vesta. A máscara de mesmo nome passou, com sucesso, durante os estudos pré-clínicos realizados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) ao inativar vários vírus, como o da covid-19 (alfacoronavírus e betacoronavírus) e o da influenza. A máscara inativou 99% do vírus da gripe, bem como inibiu fungos e bactérias. Atualmente, o projeto Vesta está em fase final dos ensaios clínicos.

A FAPDF foi responsável pelo fomento de R$ 1 milhão no Edital n° 03/2021 Demanda Induzida, referente ao projeto de pesquisa e inovação e extensão Máscara com Nanotecnologia para filtragem da covid-19, cujo piloto teve início em 2021. Na ocasião, o primeiro ensaio foi feito com aproximadamente 70 profissionais da saúde, com o indicativo de que a Vesta protegia consideravelmente durante a pandemia. Na semana passada, foram finalizadas as avaliações dos últimos voluntários, cerca de 300 pessoas, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.

Para o coordenador tecnológico e de inovação da FAPDF, Gilmar Marques, o resultado do projeto demonstra que o fomento em pesquisa, desenvolvimento e inovação realizado pela fundação “concilia desenvolvimento tecnológico na academia, com resultado entregue à sociedade, disponibilizando produto e serviço à disposição da sociedade de forma imediata.”


O professor da UnB Rodrigo Luiz Carregaro ressaltou a importância de parcerias como a que resultou na máscara Vesta.

Já o professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do ensaio clínico, Rodrigo Luiz Carregaro, fez questão de ressaltar “que esses editais têm sido importantíssimos para modernizar e equipar os laboratórios para renovações de equipamentos que são essenciais para a realização do ensaio, da coleta de dados. Isso fica como um legado para futuras pesquisas. Então, é um investimento importante para girar o complexo de pesquisas e inovação das nossas atividades.”

Carregaro também chamou a atenção para o fato de que ainda não foram analisados os dados de eficácia, apenas dados preliminares. “Os dados pré-clínicos mostraram que a Vesta é inativa para vários vírus, inclusive ela inativou 99% do vírus influenza”, ratificou. Em relação à eficácia clínica da contaminação do vírus, explica o professor, a equipe ainda deverá analisar os dados de efetividade que estão em processamento, e, em seguida, apresentará o resultado final com os dados do ensaio clínico.

Desafiador

O professor lembrou o desafio em avaliar os trabalhadores em uma situação real como a pandemia. “O Hran foi o hospital referência no tratamento de covid, por isso foi escolhido para termos dados robustos na eficácia do produto. Essa é mais uma das grandes parcerias da universidade com a Secretaria de Saúde do DF que trouxe um produto que apresenta 99% de filtração de partículas, com usabilidade e conforto.”

Durante os estudos, os profissionais do Hran foram divididos em vários times e cada um utilizou o equipamento de proteção individual (EPI) por 21 dias consecutivos. A testagem foi feita por meio de questionários e de três exames de RT-PCR (padrão de referência na detecção da covid-19). De acordo com os especialistas, o foco do projeto é aumentar a segurança dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra pandemias. Os colaboradores consideraram a máscara confortável, além de se sentirem mais seguros durante os atendimentos de pacientes de covid-19.

Fruto da parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF), centros de pesquisa e setor privado, a tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto Vesta – parte de uma iniciativa maior, coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), que envolveu uma equipe de mais de 100 pesquisadores brasileiros de diferentes áreas do conhecimento. A máscara, no modelo PFF2, que recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já pode ser encontrada à venda.

*Com informações da FAPDF e da SES-DF