Data marca também início das ações do "Agosto Lilás", campanha de combate à violência contra a mulher.

Parlamentares foram às redes sociais celebrar os 17 anos da Lei Maria da Penha, comemorado nesta segunda-feira (7). A data marca ainda o início da campanha “Agosto Lilás”, que vai promover ações de combate à violência doméstica e à violência de gênero.

Relatora do projeto que deu origem à norma, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que a Lei Maria da Penha estabeleceu um marco histórico fundamental para o combate à violência contra as mulheres. Ela acrescentou que é preciso reforçar o cumprimento integral da lei em todas as cidades.

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Jandira Feghali: a legislação precisa ser cumprida em todo o País

“Proteção para as mulheres, reeducação e punição para os agressores, e medidas de prevenção são alguns pontos da legislação que devem ser integralmente cumpridos. Basta de violência contra as mulheres!”, disse a deputada.

A deputada Gleisi Hoffman (PT-PR) também cobrou avanços no combate à violência contra a mulher. “Fazer a legislação valer e a conscientização são fundamentais”, ressaltou.

Marco histórico
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a lei inovou ao estabelecer uma norma específica para lidar com denúncias e processos de violência doméstica e buscar a proteção à vítima e seu acolhimento pelo poder público. Há previsão de medidas protetivas, mudança de domicílio, entre outras regras.

A aprovação foi fruto de muita mobilização popular, especialmente de Maria da Penha, ativista que foi vítima de tentativa de feminicídio pelo então marido. O caso gerou repercussão internacional e motivou a criação de uma legislação específica para tratar de violência de gênero.

Cleia Viana / Câmara dos Deputados
José Guimarães: lei é marco no combate à violência contra as mulheres

Líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) afirmou que a legislação é “um dos instrumentos mais efetivos no combate à violência contra as mulheres”.

Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o texto é responsável por trazer o tema da violência de gênero às prioridades da pauta social. “O processo da Lei Maria da Penha reconheceu a violência, abriu diálogos sobre respeito e igualdade, protegeu com leis, inspirou mundialmente e deu força para as denúncias”, comentou.

O deputado Fausto Pinato (PP-SP) destacou que a lei deu voz às vítimas. “Além de um importante instrumento de proteção, deu visibilidade para esse problema que, infelizmente, ainda é frequente no Brasil”, disse.

Evolução
A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) apontou que a lei está em constante evolução na busca de uma regra ainda mais eficiente. “Dezessete anos após sua sanção, a legislação, que foi construída junto com a população, continua transformando realidades”, afirmou.

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Laura Carneiro: lei está em constante evolução

O deputado Ruy Carneiro (PSC-PB) lembrou que a Câmara dos Deputados aprovou na semana passada a instituição do Protocolo “Não é Não” em boates e casas noturnas, com o objetivo de prevenir a violência contra a mulher.

“Os 17 anos da Lei Maria da Penha representam uma luta que ainda não acabou. A norma marcou o início de uma revolução no combate ao feminicídio, mas o problema ainda existe e é grave. A sociedade precisa estar atenta, e nós, da classe política, comprometida em fortalecer essa luta”, disse.

Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), a Lei Maria da Penha prova que a participação social pode gerar mudanças positivas na vida da sociedade. Ele afirmou que a norma é valorizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Essa legislação histórica foi pensada e construída a partir do movimento de mulheres brasileiras, e, hoje, é referência no combate à violência doméstica”, destacou.

Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Marcelo Oliveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias