Com sintomas iniciais parecidos, especialistas ensinam como diferenciar as doenças para um atendimento mais efetivo na rede pública de saúde.

Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

Em meio à alta nos casos confirmados de dengue, o Distrito Federal também tem registrado aumento no número de novos diagnósticos e da taxa de transmissão da covid-19. Febre, mal-estar e indisposição são alguns dos sintomas que podem afetar o paciente que estiver com uma dessas doenças, mas é importante saber encontrar as características divergentes entre as duas infecções. A Agência Brasília conversou com um especialista em saúde e separou dicas importantes para a população.Apesar de a febre estar presente tanto em pacientes com covid-19 quanto com dengue, neste último caso as temperaturas são ainda mais altas, ultrapassando os 38ºC | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

De acordo com o último boletim epidemiológico de covid-19, divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), com dados de 11 a 17 de fevereiro, houve um aumento no número de novos casos e da taxa de transmissão da covid-19. Na semana anterior, a taxa de transmissão registrou 1,23 e, atualmente, está em 1,41. Ao todo, foram registrados 1.967 novos casos. Em comparação, na semana de 4 a 10 de fevereiro foram notificados 1.673 novos casos.

A primeira diferença entre a dengue e o coronavírus é a forma de transmissão. A contaminação da covid-19 ocorre de pessoa para pessoa por meio de gotículas salivares. Já a da dengue é por meio de um vetor, no caso o mosquito Aedes aegypti infectado, que transmite a doença ao picar o ser humano.Arte: Agência Brasília

“Tem alguns sintomas que são bem diferentes, mas há outros que podem nos deixar em dúvida. As duas doenças têm sintomas inespecíficos, como mal-estar, dor no corpo e febre. Mas a covid-19 está diretamente relacionada a sintomas respiratórios, com dor de garganta, tosse, coriza”, explica a médica infectologista da rede pública de saúde Joana D’arc.

Apesar de a febre estar presente tanto em pacientes com covid-19 quanto com dengue, neste último caso as temperaturas são ainda mais altas, ultrapassando os 38º. “A febre, na dengue, terá um início súbito. Além disso, o paciente vai sentir dor acentuada no corpo inteiro, principalmente nos músculos e articulações, e atrás dos olhos. É comum que apareçam manchas pelo corpo também”, pontua.


A primeira diferença entre a dengue e o coronavírus é a forma de transmissão. A contaminação da covid-19 ocorre de pessoa para pessoa por meio de gotículas salivares. Já a da dengue é por meio de um vetor, no caso o mosquito Aedes aegypti infectado | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Quando procurar hospital?

Para quem estiver com o cronograma vacinal contra o coronavírus atualizado, o tratamento é feito dentro de casa, com hidratação, repouso e isolamento. As unidades de saúde somente devem ser procuradas em casos de piora no quadro clínico. Já com relação à dengue, o paciente deve observar e, se houver acentuação dos sintomas, procurar uma das 176 unidades básicas de saúde distribuídas pelo DF, que servem como porta de entrada para pacientes diagnosticados com a doença.

“A dengue tem o que chamamos de sinais de alarme, que são sintomas mais persistentes. Então, se o paciente está com vômitos sem parar, se sentindo mais fraco e com febre sem cessar, ele deve procurar atendimento médico para avaliação do quadro”, aponta Joana D’arc. De acordo com a especialista, nos casos de dengue hemorrágica também é possível identificar os sintomas.

“É importante observar eventuais hemorragias, como sangramento ao escovar os dentes, manchas vermelhas pelo corpo e dor abdominal resistente, é necessário que não negligencie e procure imediatamente uma unidade de saúde, pois pode ser dengue hemorrágica, que é uma segunda infecção da doença, por um outro sorotipo”, avalia a médica.

Vacina

O Sistema Único de Saúde disponibiliza vacina para as duas doenças. No Distrito Federal, os locais de vacinação podem ser acessados no site da SES-DF. De 2021 pra cá, já foram distribuídos mais de 8,6 milhões de imunizantes contra a covid-19 no Distrito Federal. No caso da dengue, a Secretaria de Saúde já contabiliza mais de 22 mil crianças de 10 e 11 anos imunizadas.