
Serviço passa por ampliação com novas bases descentralizadas; casos como o do jovem Daniel Santos mostram impacto do atendimento pré-hospitalar.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (Samu-DF) recebeu mais de 300 mil chamados entre janeiro e abril deste ano. Para garantir mais rapidez no socorro e melhorar a estrutura disponível, o governo anunciou a construção de cinco novas bases operacionais do Samu 192 em diferentes regiões do DF.
A iniciativa foi oficializada por meio da Portaria Conjunta nº 17, que descentraliza recursos orçamentários para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). A previsão é que o processo licitatório seja lançado até julho de 2025, com início imediato das obras após a contratação. O objetivo é reduzir o tempo de resposta e ampliar a cobertura do atendimento de urgência e emergência.
Em processo de expansão e modernização, Samu-DF registra mais de 300 mil chamados de janeiro a abril deste ano | Fotos: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF
Segundo a Secretaria de Saúde, a modernização e expansão da estrutura do Samu-DF vão fortalecer o atendimento pré-hospitalar, essencial para salvar vidas em casos de acidentes graves, infartos, paradas cardiorrespiratórias e outras situações críticas.
Atendimento que faz a diferença
Um exemplo da importância do serviço aconteceu em 26 de junho de 2019, em Ceilândia. O adolescente Daniel Gabriel Saraiva dos Santos, então com 15 anos, sofreu um acidente grave ao ser atropelado por um ônibus enquanto andava de bicicleta. Ele sofreu múltiplas fraturas e lesões internas.
O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) realizou os primeiros socorros e acionou uma equipe do Samu-DF. A presença de um médico na viatura foi fundamental: Daniel foi entubado ainda no local do acidente, garantindo a estabilização antes do transporte. Com motociclistas batedores abrindo caminho, ele foi levado rapidamente ao Hospital de Base (HBDF), onde passou por uma cirurgia emergencial para conter uma hemorragia pélvica e reparar os danos internos.
A enfermeira do Samu, Lhorana Morais, que participou do resgate, relembra a gravidade do momento.
“Ele evoluiu muito rápido para um quadro de choque hemorrágico. Fizemos a intubação, estabilizamos a pelve e administramos medicações no próprio local. Tudo aconteceu de forma sincronizada para evitar que ele tivesse complicações ainda maiores”, destacou.
Hoje, seis anos após o acidente, Daniel está totalmente recuperado e sem sequelas. Para o pai, Jorge Santana dos Santos, a emoção e a gratidão são imensas:
“Nada do que eu diga será suficiente para agradecer. Eles salvaram a vida do meu filho e devolveram a nossa esperança”, declarou.
Para Lhorana, reencontrar Daniel em boas condições é uma confirmação da importância do serviço:
“O atendimento pré-hospitalar não é só sobre salvar vidas, mas também sobre garantir que a pessoa tenha qualidade de vida depois. Ver ele bem faz todo esforço valer a pena”, completou.Com as novas bases, a expectativa é que histórias como a de Daniel se tornem ainda mais frequentes, reforçando o papel fundamental do Samu-DF na rede de urgência e emergência do Distrito Federal.
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