
Senadores se reuniram na terça-feira, 26 de agosto de 2025, para debater a crescente onda de feminicídios no Brasil, demandando ações mais rigorosas e a revisão das legislações existentes. Durante a sessão, realizada no Plenário do Senado, dados alarmantes foram apresentados, revelando 718 casos de feminicídio entre janeiro e junho deste ano, de acordo com o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado.
A senadora Leila Barros, que sugeriu o debate, destacou a gravidade da situação: “Isso significa que quatro mulheres são mortas todos os dias no Brasil, simplesmente por serem mulheres. O feminicídio não é um crime qualquer. É a face mais brutal da violência de gênero.” Ela também pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.
Outro ponto levantado foi o “pacote antifeminicídio”, respaldado pela senadora Margareth Buzetti, que propôs aumentar para 40 anos a pena de prisão para o crime de feminicídio. Buzetti reforçou a necessidade de um alerta para homens: “Vocês não acabarão apenas com a vida da mulher, mas acabarão com suas vidas também.”
A senadora Professora Dorinha Seabra enfatizou a importância de preparar as forças de segurança pública para melhor atender as mulheres vítimas de violência, mencionando que muitas enfrentam dificuldades para obter justiça. “É preciso que a segurança pública se prepare para receber e acolher a mulher vítima de violência,” afirmou.
Propostas legislativas anunciadas incluem o PL 1.729/2019, que visa proibir a nomeação de condenados por violência contra a mulher em cargos públicos, e o PL 808/2025, que facilita a remoção de servidoras públicas vítimas de violência doméstica.
As senadoras Zenaide Maia e Soraya Thronicke destacaram a importância da participação feminina na política para garantir que as vozes das mulheres sejam ouvidas. “As decisões são políticas, e nós precisamos colocar todas as políticas para as mulheres no Orçamento,” disse Zenaide.
Este encontro no Senado é parte de uma mobilização maior, marcada pelo Agosto Lilás, que visa a prevenção da violência contra a mulher. Com um cenário alarmante e a persistência da cultura machista no país, as senadoras pedem um empenho conjunto para que os direitos das mulheres sejam respeitados e protegidos.
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