
Foto: Samuel Marques
Ação reuniu centenas de pessoas no Parque da Cidade para reforçar o enfrentamento à violência de gênero.
Brasília recebeu, neste domingo (30), a 8ª edição da Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, iniciativa internacional liderada pelo Grupo Mulheres do Brasil e que contou com o apoio do Governo do Distrito Federal. A concentração teve início às 9h, no Parque da Cidade Sarah Kubitschek, em frente à Administração do Parque.
A mobilização reuniu centenas de pessoas, entre mulheres, famílias e apoiadores, que percorreram o parque em ato de conscientização e repúdio à violência de gênero. O objetivo foi ampliar o debate público, incentivar a denúncia, fortalecer as redes de apoio e a importância da prevenção.
"É fundamental reforçarmos diariamente as ações de combate à violência contra a mulher. É preciso mudar a mentalidade com educação e conscientização de toda a sociedade. Ao nos unirmos nesta caminhada, demonstramos a importância desta luta contra a violência, que é, muitas vezes, invisível. Parabenizo todas as participantes! A denúncia é um passo essencial para a proteção e para aperfeiçoarmos cada vez mais as políticas públicas de combate à violência contra a mulher", disse a vice-governadora Celina Leão.
A programação incluiu atividades culturais, depoimentos, entrega de materiais informativos, espaços de escuta e acolhimento, além de aula de jiu-jitsu com técnicas de defesa pessoal.
Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, ampliar a discussão é fundamental para reduzir os índices de violência. “Essa pauta é de todas nós, por um mundo melhor. A violência tem seus sinais e continuamos firmes nesta luta. Essa caminhada conscientiza e mobiliza a sociedade para a urgência do problema. Trabalhamos com políticas públicas e serviços de acolhimento. Aqui no DF, não vamos tolerar nenhum tipo de violência”, afirmou.
A edição deste ano ocorreu em um contexto marcado por números alarmantes. Mais de 21 milhões de brasileiras relataram ter sofrido violência no último ano. Em 2024, o país registrou 1.450 feminicídios. Dados da ONU Mulheres mostram que uma mulher é morta a cada dez minutos no mundo e que uma em cada três já sofreu algum tipo de violência ao longo da vida.
Durante a caminhada, vítimas e sobreviventes compartilharam relatos. Entre elas, Juliana Garcia, que sobreviveu a uma tentativa de feminicídio após ser agredida com 61 socos. “Os agressores não podem ficar impunes. Precisamos falar, denunciar e mostrar que não toleramos mais ver vidas ceifadas. Não vamos nos calar. Se eu sobrevivi, todas nós podemos superar”, disse.











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