Acolher Eles e Elas garante apoio financeiro e psicológico a famílias atingidas pela violência
A dor causada pelo feminicídio muda profundamente a vida das famílias das vítimas, especialmente a de crianças e adolescentes que perdem as mães de forma violenta. Foi o que aconteceu com Nirlândia Ribeiro, que passou a cuidar do sobrinho Gabriel após o assassinato da irmã, Rozane Ribeiro, em 2023. Diante do luto e das dificuldades financeiras, a família encontrou suporte no Programa Acolher Eles e Elas, iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF) coordenada pela Secretaria da Mulher.
O programa completa dois anos neste mês oferecendo auxílio financeiro e acompanhamento psicossocial a órfãos de feminicídio e seus responsáveis legais. Cada criança ou adolescente atendido recebe mensalmente o valor de um salário mínimo, atualmente fixado em R$ 1.518, garantindo condições básicas de subsistência e dignidade às famílias impactadas pela violência de gênero.
Desde a criação da política pública, em 2023, quase R$ 3 milhões já foram destinados ao programa, beneficiando mais de 200 pessoas. Atualmente, 182 seguem recebendo o auxílio. Além do repasse financeiro, os atendidos contam com acompanhamento psicológico e social gratuito, voltado à reconstrução emocional e à retomada da vida cotidiana.
A vice-governadora Celina Leão destaca que a iniciativa vai além do suporte imediato. Segundo ela, o objetivo é assegurar proteção, acolhimento e novas perspectivas às crianças afetadas pelo feminicídio, promovendo esperança e oportunidades para o futuro.
O Acolher Eles e Elas foi instituído pela Lei nº 7.314/2023 e regulamentado pelo Decreto nº 45.256/2023, tornando o Distrito Federal pioneiro na criação de uma política pública específica para órfãos desse tipo de crime. A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, ressalta que, embora o ideal fosse que o programa não precisasse existir, ele se torna essencial diante da realidade da violência contra mulheres.Além do apoio financeiro, o Acolher Eles e Elas promove atividades de lazer e integração social, com foco no bem-estar, na inclusão e no fortalecimento dos vínculos afetivos
A execução da iniciativa envolve uma rede integrada de órgãos do GDF. A Secretaria de Segurança Pública identifica os casos, a Secretaria de Justiça e Cidadania oferece apoio emocional, e a Defensoria Pública atua na orientação jurídica das famílias. Também são promovidas atividades de lazer e integração social, como visitas culturais e ações recreativas, fortalecendo vínculos e o bem-estar dos beneficiários.
Após o registro do crime, a Secretaria da Mulher realiza busca ativa pelos filhos da vítima e conduz o processo de análise do benefício. O auxílio é individual e pode ser acumulado com outros benefícios sociais, sendo solicitado diretamente pelos responsáveis legais, sem necessidade de advogados.
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