Em 2016, foram feitas cerca de 500 consultas no local, que podem ser requisitadas pessoalmente ou a distância. Ana Paula Tavares se deslocou do Rio de Janeiro para analisar documentos.

Pesquisadores de diferentes lugares do Brasil e do exterior procuraram o Arquivo Público do DF em 2016 em busca de materiais documentados. Durante o ano, até o início de dezembro, 466 consultas ao acervo foram requisitadas. Os pedidos podem ser feitos pessoalmente ou a distância, por e-mail ou correspondência.Ana Paula Tavares teve acesso a todo o material e optou por consultar pessoalmente, dada a extensão dos arquivos e, assim, pôde avaliar e copiar digitalmente os que lhe interessaram. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Isso é possível porque parte dos documentos está digitalizada ou, quando não, a equipe faz o serviço se houver demanda. “A partir do momento em que a gente digitaliza, para preservar o documento, só damos acesso ao digital. É preciso porque eles são muito delicados”, explica a historiadora e diretora de Tratamento e Preservação do Arquivo Público do DF, Tereza Eleutério.

A estratégia é necessária devido à extensão do arquivo — são guardados 808 metros lineares apenas de documentos textuais, além de cerca de 700 mil itens iconográficos e mais de 37 mil plantas, por exemplo.
“Meus colegas do mestrado estão morrendo de inveja. Está impecável, organizado por pastas”Ana Paula Tavares, mestranda na Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro

Mestranda de história, política e bens culturais na Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro, Ana Paula Tavares, de 34 anos, destaca a surpresa que teve ao descobrir que todo o fundo relacionado à sua pesquisa está 100% digitalizado. “Meus colegas do mestrado estão morrendo de inveja. Está impecável, organizado por pastas”, conta. Ela analisa o fundo privado de Yvonne Jean, belga que se exilou no Brasil em 1940 e se destacou como jornalista, tradutora, intérprete e professora.

Processo da Novacap para pagamento de hospedagem à equipe de filmagem que registrou as primeiras imagens de Brasília

Comparando a experiência com o arquivo público do Rio, Ana Paula dá crédito às facilidades: “Lá, você solicita, espera resposta e depois eles marcam um dia para você consultar só o que eles separaram”. Em Brasília, a mestranda teve acesso a todo o material. Optou por consultar pessoalmente, dada a extensão dos arquivos e, assim, pôde avaliar e copiar digitalmente os que lhe interessaram.

Em 2016, o Arquivo Público do DF também atendeu outros forasteiros: a equipe de uma TV francesa pesquisou imagens da construção de Brasília, pesquisadores belgas investigaram a Comissão Crulz e estadunidenses buscaram informações sobre Burle Marx, por exemplo.
Arquivo Público do DF aceita pedidos por e-mail e envia conteúdo on-line

O Arquivo Público do DF funciona de segunda a sexta-feira, com exceção de feriados e pontos facultativos, das 9 às 17 horas sem interrupção. Além do atendimento presencial, no Setor de Garagens Oficiais, na Asa Norte, o público pode buscar informações por e-mail ou correspondência.
“Tem informações de quantas cópias foram feitas, quanto era pago a um narrador, em que hotel o cinegrafista ficou, quanto custava na época”Tereza Eleutério, historiadora e diretora de Tratamento e Preservação do Arquivo Público do DF

“Quando tem a solicitação, enviamos um formulário de pesquisa. Uma dica é que seja objetivo e explique direitinho o que quer. Isso facilita a busca”, aconselha a gerente de atendimento ao público, Rita de Cássia Rocha.

Fotografias da cidade são alguns dos materiais mais procurados, segundo Rita. Ela destaca, no entanto, que o interesse tem se diversificado nos últimos tempos e já não se concentra apenas nos cartões postais e na Esplanada dos Ministérios. “Também buscam pelo Setor Bancário, passarelas subterrâneas, Praça do Cruzeiro.”

Para os que ainda não conhecem as possibilidades que podem ser encontradas no Arquivo Público e como utilizá-lo, a historiadora Tereza cita o amplo material filmográfico, que soma cerca de 2 mil itens. “A Novacap contratou cinegrafistas para fazer filmes acompanhando a construção de Brasília”, conta.

Os documentos do processo de contratação desse serviço também estão acessíveis: “Tem informações de quantas cópias foram feitas, quanto era pago a um narrador, em que hotel o cinegrafista ficou, quanto custava na época”, lista como exemplo.


Arquivo Público do DF

De segunda a sexta-feira

Das 9 às 17 horas ininterruptamente — fecha em feriados e pontos facultativos

No SGO, Quadra 5, Lote 23, Asa Norte (CEP: 70610-650)

Contato eletrônico: arpdfatendimento@gmail.com e arquivopublico@arpdf.df.gov.br