Depois de 12 anos de estudos, Norma Siqueira foi reconhecida por programa da Secretaria da Agricultura.

Em 2004, Norma Sueli Siqueira fez o primeiro curso de desidratação de alimentos quando buscou ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Na quinta-feira (2), após mais de 12 anos, ela ganhou o selo de Boas Práticas Agropecuárias da empresa e da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural pela produção e venda de legumes, frutas e temperos desidratados.Norma Siqueira foi reconhecida por programa da Secretaria da Agricultura. Ela ganhou o selo de Boas Práticas Agropecuárias pela produção e venda de legumes, frutas e temperos desidratados. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A cerimônia foi no Centro Comunitário do Assentamento Três Conquistas, do Paranoá. “Fazer um produto de qualidade é uma coisa. Mostrar, é outra. Esse selo é uma comprovação de que eu faço um produto bom, que é valorizado na venda”, falou a empresária agroindustrial, de 57 anos. Ela pode usar o certificado, válido por um ano, na propriedade, no ponto de venda nas Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa-DF) e nas embalagens.

Norma é a 11ª assistida a receber o selo, desde que ele foi criado com o Programa de Boas Práticas Agropecuárias do Distrito Federal — Brasília Qualidade no Campo, em julho de 2016, por meio de portaria. Ela é a primeira beneficiada que produz com emprego de agroindústria orgânica.
“Esse selo é uma comprovação de que eu faço um produto bom, que é valorizado na venda”Norma Sueli Siqueira, empresária agroindustrial

Presente ao evento, o presidente da Emater, Argileu Martins, comentou sobre o valor do selo, tanto para produtores, quanto para consumidores. “O caso de Norma mostra que, mesmo tendo uma propriedade pequena, de dois hectares, é possível tirar renda. O comprador vê que o produto feito com qualidade é mais gostoso.”

O secretário da Agricultura, José Guilherme Leal, explicou que a propriedade do interessado no certificado deve ser trabalhada para se adequar ao nível de qualidade. “É preciso acertar a propriedade, os sistemas de produção, manejo, até o produto. Essas questões são verificadas pela Emater e pela secretaria.”

Segundo ele, depois de receber o selo, auditorias são feitas pela pasta com a Vigilância Sanitária e a Ceasa, frequentemente, para garantir que a qualidade seja mantida. A produção deve cumprir 70% dos 68 requisitos de qualidade.

Alguns deles são obrigatórios por serem de maior importância, como o dos manejos de irrigação. Norma, por exemplo, mistura os sistemas de regadura por gotejamento e por aspersão, porque cada um é mais econômico para colheitas diferentes.
Programa promove melhoria de qualidade de produtos

Um dos objetivos do Brasília Qualidade no Campo é promover, capacitar e estimular os responsáveis por estabelecimentos rurais que comercializam alimentos in natura (não industrializados) a desenvolver ações para melhorar a qualidade sanitária e, assim, proteger a saúde da população do DF.

A adesão é voluntária. Quem quiser participar deve procurar os escritórios da Emater na região administrativa em que fica a propriedade.

Além dos agricultores, trabalhadores rurais e consumidores, estão entre o público-alvo do programa associações, cooperativas e organizações de agricultores, comércio atacadista e varejista, distribuidores, feiras e demais integrantes das cadeias agropecuárias. Principalmente produtores de hortaliças folhosas e frutos.