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Feito apenas com um pedaço de pano e utilizado para transportar crianças pequenas, o sling tem feito sucesso entre os pais brasilienses. Além de o acessório permitir carregar o bebê em várias posições, ele também os mantêm mais próximos de quem os leva. Em algumas culturas, principalmente as africanas, orientais e indígenas, a peça é muito usada e possui diferentes denominações. Apesar disso, essa maneira calorosa de carregar as crianças no colo ainda é mal vista.

Usuária do acessório, a professora Larissa Milena, de 29 anos, foi abordada no aeroporto de Fortaleza (CE) quando voltava de férias, em fevereiro deste ano. “Peguei a bolsa para ir ao fraldário e, no mesmo instante, uma senhora me parou. Ela disse para eu tirar meu filho do sling porque estava sufocando. Falou também que a voz dele não saía por estar sem ar”, relata a mulher.

Mãe de duas crianças, Larissa passou a utilizar o sling por indicação de uma médica neonatologista do Banco de Leite do Hospital Regional de Taguatinga. Na época, ela havia acabado de ter sua primeira filha, que hoje está com três anos. “Os bebês amam ficar juntinhos da mãe, sentindo o cheiro maternal quando estão amarradinhos no sling. Meu filho sempre se acalma quando está com cólica”, exemplifica a professora.
“Não estão preparados”
A fotógrafa Tatiana Reis conta que adotou o uso do sling desde o nascimento da filha Helena, que hoje está com quatro meses. Ela acredita que as pessoas não estão preparadas para o uso do acessório.
“Elas me param na rua porque acham estranho. Muita gente se sente na liberdade de interferir e falar que estou maltratando minha filha. Dizem que estou sufocando, espremendo e deixando-a desconfortável. Quando na verdade, na maioria da vezes, Helena está dormindo. Ela adora andar no sling comigo”, relata.

Benefícios são notáveis

Tatiana Reis preparou-se para estar junto da filha antes mesmo de tê-la. “O bebê, ao nascer, precisa do contato pele a pele, corpo a corpo. Li muito sobre o isso. Existe um método chamado Criação com Apego, que incentiva as mães a estarem em contato o máximo possível com seus filhos, principalmente nos três primeiros meses de vida”, diz a fotógrafa.

De acordo com a pediatra Natasha Slhessarenko, do Laboratório Exame, o acessório é indicado por trazer muitos benefícios. “Ele ajuda a manter a criança mais perto dos pais. Além de experimentar o calor materno e paterno, faz o bebê se sentir mais seguro. Já os pais são mais ativos no processo de desenvolvimento”, afirma.

A médica destaca que os benefícios reconhecidos pela literatura são significativos para o crescimento cognitivo e emocional dos pequenos. “As crianças que ficam mais próximas dos pais desenvolvem melhor o sistema neuropsicomotor”, acrescenta.

Mesmo com as vantagens, Natasha alerta que o uso requer atenção: “O sling pode ser recomendado em várias situações, mas deve-se ter cuidado para evitar acidentes”.

Jornal de Brasilia