Carlos XVI Gustavo e Silvia conheceram ontem (6) o espaço, que atende crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. A organização Childhood, criada pela monarca, fez parte da formação da equipe que trabalha no local.

Como parte dos compromissos oficiais no Brasil, o rei Carlos XVI Gustavo e a rainha Silvia, da Suécia, visitaram, na tarde ontem (6), o Centro de Atendimento Integrado 18 de Maio, na 307 Sul.

Inaugurado em outubro de 2016, o local tem como objetivo oferecer atendimento mais humanizado a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. A unidade centraliza os procedimentos relacionados à assistência psicossocial e à investigação de crimes.


O rei Carlos XVI Gustavo e a rainha Silvia, da Suécia, durante visita ao Centro de Atendimento Integrado 18 de Maio, na 307 Sul. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

As majestades estavam acompanhadas da colaboradora do governo de Brasília Márcia Rollemberg e do secretário de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Aurélio de Paula Guedes Araújo.

Ao final da cerimônia, Márcia resumiu o significado da visita. “Queremos estar juntos nessa grande rede internacional de combate à violência infantil, de defesa e de promoção dos direitos das crianças”, disse.


“Queremos estar juntos nessa grande rede internacional de combate à violência infantil, de defesa e de promoção dos direitos das crianças”Márcia Rollemberg, colaboradora do governo de Brasília

Ela destacou a importância de entender as crianças como sujeitos de direito. “Nos sentimos imensamente honrados com a visita e queremos manter esses laços de amizade e de compromisso com essa luta, seja em Brasília, no Brasil ou no mundo”, completou.

A organização Childhood, criada pela rainha Silvia, é uma das parceiras na criação do centro e fez parte da formação da equipe que trabalha no local. A majestade reiterou a parceria e informou que a organização investirá no desenvolvimento de ferramenta de suporte à gestão de casos de assistência individual e na promoção de intercâmbio de experiências.

“Nossa expectativa é que o Centro de Atendimento Integrado 18 de Maio sirva de inspiração a governos de outros estados e municípios. Espero ver o trabalho realizado aqui no Distrito Federal expandido e replicado”, disse.

Ao rei Carlos XVI Gustavo, Márcia Rollemberg entregou uma coletânea com a história de Juscelino Kubitschek e, à rainha Silvia, uma tela inspirada no bordado do grupo Matizes Dumont.

Formado por artistas de três gerações de uma mesma família mineira, o grupo está envolvido em projetos de inclusão social e responsabilidade socioambiental.


“Espero ver o trabalho realizado aqui no Distrito Federal expandido e replicado”Rainha Silvia, da Suécia

Das mãos de Márcia, a rainha também recebeu a obra ABC do Rio São Francisco, de Sávia Dumond, entregue também à embaixatriz Anette Hjelmborn, que estava acompanhada do embaixador da Suécia no Brasil, Sr. Per-Arne Hjelmborn.

Como parte da campanha que divulga a importância da sanção do Projeto de Lei nº 3.792, de 2015, que trata do enfrentamento das violências contra crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de abusos, a rainha entregou a Márcia Rollemberg e ao ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, uma boneca amordaçada.

A Childhood defende que o excesso de exposição da vítima ou testemunha não assegura os direitos das crianças e dos adolescentes.
Como funciona o Centro 18 de Maio

Em todas as etapas do processo — da oitiva da criança ou do adolescente à responsabilização do autor —, o foco é evitar a chamada revitimização, que acontece quando a pessoa que sofreu violação é obrigada a relembrar e recontar o fato.


Os atendimentos no local ocorrem após os encaminhamentos feitos pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e Centros de Referência em Assistência Social (Cras), pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e pelos conselhos tutelares do DF.

O nome é uma referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.