Historiadora e arquiteta se juntaram para registrar arte urbana presente no Plano Piloto e Regiões Administrativas. ‘Entre cores e utopias' expõe 120 fotografias mostrando contraste entre modernismo e 'street art'.

Por Graziele Frederico, G1 DF

Grafite feito no pilar de um viaduto com Museu Nacional da República ao fundo (Foto: Juliana Torres)

O grafite nas ruas de Brasília virou tema de livro e está exposto em 120 fotografias da obra “Entre cores e utopias: o grafite em Brasília e seus arredores”. O livro da historiadora Renata Almendra e da arquiteta e fotógrafa Juliana Torres traz imagens da arte urbana nas ruas do Plano Piloto e das regiões administrativas do Distrito Federal.

“A Esplanada não tem cor, no máximo pintaram de branco o concreto aparente de alguns edifícios. De repente um grafito todo colorido quebrou essa utopia”, conta Juliana Torres. Para ela, o tombamento da capital criou uma rigidez.

“Brasília foi muito engessada. O tombamento criou essa rigidez. A arte urbana quebrou esses conceitos e a rigidez do modernismo. Procurei a ousadia nas fotos e como o grafite muda o dia a dia das pessoas. ”

Entrada de um dos centros da Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro (Foto: Juliana Torres)

Uma parte dos mil exemplares publicados será distribuída para escolas e bibliotecas públicas do DF e instituições de assistência social. Cinquenta grafiteiros selecionados pelas autoras também receberão o livro. Renata conta que um dos focos da obra é trazer as pessoas para perto dessa arte que é feita nas ruas.

“Nosso foco foi trabalhar a arte com a cidade. O objetivo é despertar o interesse das pessoas, instigar o olhar para a arte que está ali do lado. Por isso, a linguagem do livro é acessível e, em alguns momentos, é até uma conversa com o leitor. ”

O livro será lançado neste domingo (23) na Galeria UrbanArts na quadra 115 Sul, das 15h às 19h.



Muro de escola em Ceilândia (Foto: Juliana Torres)